Tulipa Ruiz lança disco gravado em Nova York e faz show no TCA, dia 26/1

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Durante a sua primeira turnê na Europa, em 2010, a cantora e compositora paulista Tulipa Ruiz, 39 anos, se apresentou acompanhada apenas pelo violão de Gustavo Ruiz, seu irmão e produtor. Um formato que ela gosta de chamar de “nude”, porque é como se as canções estivessem peladas. Desde então, a artista ficou pensando em gravar as canções assim, cruas. Tulipa Ruiz em Nova York, onde gravou o álbum Tu, que reúne cinco canções inéditas e quatro releituras do seu próprio repertório (foto/divulgação) Agora, depois do bem-sucedido Dancê (2015), ganhador do Grammy Latino de melhor álbum contemporâneo brasileiro, a cantora mata a vontade de lançar um disco mais intimista, a realçar a sua voz e as canções, com TU, disponível nas plataformas digitais.

Gravado e mixado no bairro do Brooklyn, em Nova York, no estúdio de Scotty Hard (Cypress Hill, Medeski, Martin and Wood), TU traz Tulipa Ruiz na companhia dos produtores Gustavo Ruiz (violão) e Stéphane San Juan (percussão), a interpretar cinco composições inéditas e quatro releituras do seu repertório: Pedrinho, de Efêmera (2010); Desinibida, de Tudo Tanto (2012); Algo Maior, de Dancê (2015), gravada originalmente com a banda Metá Metá; e Dois Cafés, de Tudo Tanto, gravada em 2012 em dueto pop com Lulu Santos.

 Terrorista del amor - “Inicialmente, pensamos que TU seria um disco todo de releituras, mas durante o processo em estúdio músicas novas foram surgindo e até pedindo convidados especiais”, conta Tulipa, por telefone. Stéphane San Juan, por exemplo, chamou Mauro Refosco para reforçar a percussão em Algo Maior. Brasileiro radicado em N.Y.C., Refosco criou a banda Forró in The Dark e colabora com artistas e bandas importantes como David Byrne, Thom Yorke (Radiohead) e Red Hot Chili Peppers. Em Terrorista del Amor, uma das cinco músicas inéditas ao lado de Game, Tu, Polén  e Pedra, Tulipa chamou o cantor, ator e diretor Adan Jodorowsky, que é metade francês, metade mexicano, para dividir os vocais.

Apesar da instrumentação simples, o trabalho está longe de ter um som cru. Possui uma sonoridade encorpada e rica, trazida até pela percussão cosmopolita que evoca elementos brasileiros, latinos e africanos ao mesmo tempo. Nesse aspecto, as quatro canções regravadas aparecem com um novo frescor. 

“A influência latina veio do México, em especial, porque tocamos muito lá nos últimos dois anos. E tem a ver com um disco cuja ideia inicial nasceu fora do Brasil”, explica Tulipa, lembrando ainda que o parceiro Stéphane San Juan, que hoje vive entre o Brasil e os EUA, já tocou com a famosa dupla africana de world music Amadou e Mariam.

Voz especial -  Dona de uma das vozes mais bonitas e privilegiadas da nova geração de cantoras do Brasil, Tulipa Ruiz brilha como intérprete em TU e diz que foi bom gravar sem coros, sem os arranjos cheios, presentes nos seus três álbuns anteriores.

“Gosto de coros e tive que não pensar nisso no estúdio, foi um esforço. Gosto de gritar (risos) e tive que me controlar. Foi um novo exercício cantar as músicas de forma mais reta. Hoje, fiquei feliz porque Ná Ozzetti ligou e elogiou o disco”, revela, sentindo-se orgulhosa pelo aval da grande intérprete que começou a carreira com o Grupo Rumo nos anos 1970. Um exemplo de brilho vocal intenso de Tulipa em TU é a interpretação de Algo Maior, que ressurge com uma incrível e mântrica percussão. “A conga tocada com baquetas me dá a sensação de que existe um corpo de baile oriental na música”, diz.

Show em Salvador - A turnê do álbum Dancê ainda não acabou, mas a cantora faz shows de lançamento de TU no Rio Janeiro, no próximo dia 21, no Theatro Net; em São Paulo, dias 9 e 10 de dezembro, no Sesc Pinheiros; e Salvador, no Teatro Castro Alves, em 26 de janeiro.

“Gosto muito de cantar no Castro Alves,  é um teatro especial. Dessa vez, vou ficar mais uns dias em Salvador para ver a Festa de Iemanjá, dia 2 de fevereiro”, afirma. Seja bem-vinda mais uma vez, Tulipa. A Bahia e a Rainha do Mar te esperam.

Ouça o álbum completo no YouTube