Viagem planejada garante economia de até 50%

CORREIO dá dicas para planejar sua viagem de verão sem se endividar

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  • Jordan Bezerra

Publicado em 8 de janeiro de 2018 às 07:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Almiro Lopes/ CORREIO

Sombra e água fresca longe da barulheira da cidade grande. E então, chega o tão desejado período de férias. No entanto, toda essa mordomia na alta estação custa caro e vai exigir um planejamento financeiro que deve levar em consideração os custos com passagem, hospedagem e principalmente o volume de outras despesas que chegam junto com 2018.

“O início do ano é um momento de muitas despesas e é necessário que isso esteja no planejamento de quem vai gastar com viagens. Lembrem-se que tem matrícula e material escolar dos filhos, impostos como IPTU e IPVA, além de outros momentos pontuais no Verão, como o Carnaval, que também deve ser aproveitado”, destaca o economista Edvaldo Ranulfo.

Ainda segundo o especialista, o primeiro passo para fazer o planejamento é saber quanto se tem para gastar na viagem, considerando a condição financeira atual da família, as despesas fixas e também aqueles gastos que virão. Em seguida, é necessário listar os custos que a viagem vai acarretar, além de alimentação, lembranças, lazer e uma reserva de dinheiro para casos de emergência.

Edvaldo Ranulfo ressalta que o equilíbrio e a capacidade de elencar prioridades é decisiva na hora de fazer essa listagem. “Os bens de consumo e serviços são os principais responsáveis pelo endividamento, pouquíssimas pessoas possuem condições de bancar todos os desejos que surgem neste período. Se quero uma coisa, preciso abrir mão de outra, não dá para ter tudo”, afirma Ranulfo.

A terceira etapa do planejamento consiste em fazer uma pesquisa de preços de passagem e hospedagem em busca das melhores ofertas e pacotes promocionais para casais, amigos ou família, levando em consideração as condições de pagamento e o que os lugares oferecem. Depois, o ideal é harmonizar a lista de custos com as condições financeiras. E é neste momento que algumas pessoas acabam se endividando, pois não conseguem abrir mão de alguns gastos para encaixar a viagem na sua atual situação.

Para o especialista, quem não se planejou com pelo menos, seis meses de antecedência ou um ano no caso de viagens internacionais, vai ter dificuldade para economizar e precisa ser cauteloso. Além disso, ele estima que uma viagem planejada pode sair de 40% a 50% mais barata do que uma feita sem organização.

“Quem decide ir em cima da hora vai encontrar passagens e hotéis com preços bem mais altos, já que a demanda é muito alta no período. Mas não adianta usar todo o 13° em uma viagem e se apertar pelo resto do ano.  Às vezes é melhor desistir da viagem mal planejada e começar a planejar uma para o ano seguinte”, aconselha.

Nos planos do cabeleireiro Marcos Paulo Velasco, 22, e do universitário Alecsander Spindola, 20, está uma viagem para Imbassaí, distrito localizado no município de Mata de São João à 56 km de Salvador. A ideia inicial era alugar uma pequena casa para eles dividirem com amigos, mas os preços fugiram do orçamento.

“A gente não se planejou muito e vimos que já está tudo bem caro. Por sorte, temos um grupo de amigos nosso que já está lá e conseguimos um espacinho. Vamos rachar o aluguel, vai ficar mais em conta para a gente e para eles”.

Alecsander reforça que não pretende gastar muito com bebidas e roupas este ano para economizar. “Agora vejo o quanto é importante essa organização. A gente pensa que é besteira, mas no final sente o impacto no bolso. Só vou mesmo porque amo muito aquele lugar, mas com certeza vou moderar, porque não me preparei para gastar tanto assim”, explica.

Atalhos

A principal dica para quem não conseguiu se planejar é não ostentar. O educador financeiro Jonatha Souza explica que o ideal é simplificar a viagem, ou seja, nada de passar uma semana em um resort de luxo com tudo incluso em Fernando de Noronha. Fugir dos destinos mais populares é o primeiro passo.

“Os locais não tão procurados terão preços mais em conta. Dá para economizar ainda mais diminuindo o tempo da viagem. Faça um passeio de dois ou três dias, no máximo. Além disso, o foco deve ser tentar excluir os dois itens mais caros, passagem e hospedagem, escolhendo lugares mais pertos para ir de carro ou indo a destinos onde tenha casa de amigos e parentes”.

Jonatha indica que abrir mão das comprinhas durante o passeio é difícil, porém essencial, já que pequenos gastos também podem comprometer o orçamento final. Substituir o carro pelo ônibus durante os passeios dentro da cidade destino ajudam a reduzir os custos com gasolina.

Fica ainda mais um alerta:  o cartão de crédito, empréstimos ou qualquer tipo de crédito especial devem ser dispensados em situações como essa e só devem ser acionados em casos de emergência.

“O cartão de crédito é muito mais uma ferramenta para quem se planejou há meses atrás. Pois é uma forma do consumidor já desfrutar da sua viagem com ela completamente paga. É uma escolha perigosa, já que a gente nem sente o dinheiro indo embora. Cartão de crédito não é fonte de renda, tudo será cobrado depois”, ressalta o educador.

Mesmo em cima da hora, vale a pena fazer uma boa pesquisa  em sites de compras coletivas, como Grupon e Peixe Urbano, para encontrar descontos. “Não compensa bancar uma diversão durante alguns dias, e depois sofrer com um nome sujo por anos”.