Vizinhos das vítimas de chacina em Feira protestam para que autor permaneça preso

Cerca de 10 pessoas do Condomínio Alto do Rosário, onde o crime aconteceu, amanheceram na porta do complexo policial

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  • Bruno Wendel

Publicado em 6 de janeiro de 2017 às 15:03

- Atualizado há um ano

Ao tomarem conhecimento da prisão de Gilson de Jesus Moura, 49 anos, autor das mortes de cinco pessoas de sua própria família, na madrugada da última quarta-feira (4), em Feira de Santana, vizinhos das vítimas foram ao Complexo de Delegacias de Feira de Santana para exigir que Gilson permaneça preso, nesta sexta-feira (6). 

Cerca de 10 pessoas do Condomínio Alto do Rosário, onde o crime aconteceu, amanheceram na porta do complexo policial. Eles queriam a garantia de que Gilson ficasse preso até o caso ser julgado. “Isso porque virou moda. O cara comete um crime desses e em menos de um mês já está respondendo em liberdade, graças à fragilidade da justiça”, declarou a dona de casa Laíse Leite Medeiros, 24 anos. Amiga de Ana Cristina de Jesus, 37 anos, mulher de Gilson e alvo do ataque, Laíse não consegue controlar a raiva. “Não está melhor porque ele não está morto. Não dá para engolir um homem que mata cinco pessoas da mesma família, além de deixar outras duas entre a vida e a morte, e permanecer vivo e, ainda por cima, alegando que nada se lembra”, esbravejou. 

“Ele é frio, calculista. Planejou tudo. No dia anterior, comprou o galão de gasolina e tentava vender o carro para ter dinheiro para fugir. Mas a justiça será feita”, disse o auxiliar de almoxarife Zezinho Santos, 42. “Se a mão da justiça dos homens falhar, e faremos de tudo ao nosso alcance para que não aconteça, a mão de Deus, a maior de todas, nunca falha”, disparou a garçonete Isabel Cristina Almeida Pereira.

LinchamentoNão fosse a custódia da polícia, Gilson correu o risco de ser linchado ao sair da sede da Polícia Civil, em Salvador, após coletiva de imprensa que ocorreu na tarde desta sexta-feira (6). Populares que estavam na Praça da Piedade começaram a gritar xingamentos e a bater com as mãos na viatura.

"Você vai morrer lá dentro", desejou uma mulher. "Vai mofar na cadeia", esbravejou outro. Gilson seguiu para o presídio de Feira de Santana, onde vai aguardar julgamento. Ele deve ficar em um pavilhão separado, junto com estupradores e outros autores de crimes hediondos.