Zenfone 4. Uma opção para quem não quer pagar pelo Iphone ?

Por Hugo Brito

  • D
  • Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2017 às 00:22

- Atualizado há um ano

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Esperei um pouco para falar do novo aparelho da ASUS para entender um pouco mais o que ele é. Desde o início desse mês testo o Zenfone 4 e digo que a impressão que me causou é muito boa. Abrindo a caixa e tendo o primeiro contato já se percebe logo que os taiwaneses não estão pra brincadeira. O design evoluiu bastante do Zenfone 3 Zoom pra cá. Além de um acabamento muito superior ele é leve, super fino e bonito. 

Evolução na imagem  A câmera frontal é muito boa mas mesmo com o flash simulado através do acendimento da tela na hora da foto selfie ela não convence em ambientes mais escuros. Já em relação ao jogo de duas câmeras traseiras, coisa que já tínhamos no aparelho anterior lançado em abril, o aparelho deu bons saltos. Além da qualidade de captação que visivelmente aumentou, no item construção houve uma melhoria impactante. Elas foram mais incorporadas ao corpo do aparelho, não ficando mais para fora. Assim, o Gorilla Glass de última geração cobre também as lentes.

No 3 Zoom, por ter a lente para fora, não era difícil ganhar arranhões justamente na frente da câmera. Uma outra grande evolução no conjunto duplo de câmeras traseiras é a chegada de uma grande angular. Nas fotos que ilustram a coluna hoje, tiradas por mim mesmo no museu da misericórdia em Salvador, dá para se ver o que a grande angular traz de ganho, mostrando muito mais o que se fotografa sem precisar deitar no chão ou se dependurar em balaustradas pra se afastar do que se quer registrar. Como não existe almoço grátis, essa câmera grande angular tem menos sensibilidade e não funciona muito bem com baixa luz mas outra função que facilitou a vida de quem vai fotografar com o Zenfone 4 é uma função na tela que chaveia entre as câmeras rapidamente. Aliás, no item inicialização de câmeras o aparelho dá show.  (Foto: Hugo Porto/CORREIO) Perfomance  A interface ZenUI, própria da ASUS e que traz uma experiência diferente no uso do Android evoluiu de forma impressionante. A explicação é que o excesso de redundância de aplicativos foi eliminado com o sistema tendo sido completamente reescrito e, então, aliviado de cerca de 40% de penduricalhos que na maior parte das vezes atrasavam o processo. Isso tudo unido ao novo  processador Qualcomm Sanapdragon 660 deu ao aparelho uma velocidade na inicialização de câmeras e outros aplicativos que superou o modelo anterior da fabricante de forma claramente perceptível. Mas a junção dele a uma tela ainda mais brilhante e a busca por um aparelho mais leve e bonito trouxe o que não podemos chamar de problema mas sim um saudosismo em relação ao Zenfone 3 Zoom.

A bateria não dura tanto quanto a do irmão mais velho, pelo menos não no modelo 4 que teve ela reduzida em capacidade, de 5000 para 3300 miliamperes/hora. O que isso trouxe na prática? Nada de muito incômodo, apenas a volta da esquecida rotina de carregar sempre que lembrar para não ter surpresas e levar uma bateria reserva para as viagens mais árduas, só pra garantir. O Zenfone 3 Zoom havia feito quem tem esquecer o que era se preocupar com carga de bateria. Mas é o que o ditado, aliás já dito mais acima, tão claramente fala - não existe mesmo almoço grátis. Para se ganhar em perfomance e design algo tem que ser sacrificado e, nesse caso, parece que a duração da carga da bateria foi o caso. Mas em compensação no item bateria há uma notícia boa. Os fabricantes além de continuarem utilizando uma rotina rígida de checagem na fábrica, aparelho por aparelho, evitando problemas como a de um concorrente que teve acidentes, diria, explosivos, garantem algo mais. As baterias da nova linha de smartphones terão 2 vezes mais durabilidade, podendo chegar a até seis anos sem quedas perceptíveis de perfomance.  

Opção para o iPhone ?  Tela maior e de boa definição, melhor acabamento, qualidade na imagem, câmera grande angular, duração razoável da bateria, processamento ágil, em resumo, é o que esse novo aparelho traz. Parafraseando aquele velho comercial, não é um iPhone mas nem precisa ser, pelo menos pela visão desse velho jornalista. No nosso país ter aparelhos da Apple, pelo preço absurdo que eles chegam no Brasil definitivamente não é pra qualquer um. O novo aparelho da ASUS deixa bem claro que é nesse cliente que a marca foca. Alguém que tem Apple e não consegue achar no orçamento como evoluir dentro da tradicional e de qualidade indiscutível marca da maçã, de repente começa a olhar para o lado.

Tanto a ASUS quanto a Samsung já viram esse comportamento e vêm evoluindo, lançamento a lançamento, para atender a quem resolve experimentar algo fora da Apple. Ambas têm, é claro, modelos mais completos e caros, mais para mostrar que também podem, na linha do conceito, mas deixam claro que o cliente que gosta de qualidade mas não tem muito dinheiro pode ter sua necessidade atendida com aparelhos mais em conta. No caso específico da ASUS, além do Zenfone 4 mais modelos foram lançados, uns focando em perfomance maior para quem pode pagar um pouco mais como o 4 Max, outros em quem gosta de Selfies, como o Zenfone 4 Selfie que traz a dupla de câmeras e o flash para a parte frontal. 

Em resumo, os novos aparelhos mostram que a empresa de Taiwan tem um foco bem claro. Crescer onde a Apple não vê mercado promissor, oferecendo experiências bem próximas. É o tal negócio. Estados Unidos e Europa são grandes mercados, podem pagar mais, mas o resto do mundo, pagando um pouco menos, também é uma área onde pode se fazer muito dinheiro, e é aí que a fabricante claramente está investindo com lançamentos contínuos e cada vez mais customizados. Se dará certo, é claro, só o tempo dirá, mas os sinais são de que mercados como o do Brasil, deixam aos poucos de serem marginais para alguns grandes fabricantes e isso, sem dúvida, é no mínimo positivo para o consumidor de tecnologia brasileiro que passa a ter mais opções dentro da sua realidade.