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Compre agora ou 'nunca': veja lista os carros que devem sair de linha


 

A lista de modelos em fim de linha envolve SUV, picape, sedãs e hatches. Comprar um deles pode ser um bom negócio

  • Antônio Meira Jr.

Publicado em 24/10/2020 às 06:06:00
Atualizado em 23/05/2023 às 17:26:22
. Crédito: Imagem: Designed by vectorpocket / Freepik

Os automóveis vivem de ciclos. São lançados, ficam de três a quatro anos no mercado, passam por mudanças leves e depois de mais três anos são completamente renovados. O Série 3, modelo mais vendido da BMW, chegou aos 45 anos e está na sétima geração. Produzido desde 1966, o Corolla está na décima segunda geração e é um dos maiores sucessos da Toyota. No entanto a longevidade e o sucesso continuo não é o mesmo para todos.

E isso acontece em qualquer marca, é o caso do Etios, da Toyota. O veículo chegou ao mercado no último trimestre de 2012, mesma época em que o Chevrolet Onix e Hyundai HB20 estrearam. Esses dois últimos seguiram o processo normal de renovação, o Etios não.

A configuração hatchback do modelo, que surgiu em 2010 na Índia e já saiu de linha por lá, teve 7.406 unidades emplacadas de janeiro a setembro no mercado brasileiro. Maior e mais caro, o Toyota Yaris, que chegou ao mercado em 2018, teve 14.100 licenciamentos no mesmo período. São fatores que demonstram um momento frágil para o modelo mais barato da marca e um possível final de linha. Lembrando que há também o Etios sedã, que teve 4.124 emplacamentos contra 10.203 exemplares do Yaris sedã.

A segunda geração do Citroën C3 chegou ao Brasil em 2012 e continua sem mudanças. A terceira família vendida na Europa nem chegou a ser lançada no mercado nacional. E o hatch deverá sair de cena por aqui ano que vem, quando deverá ser substituído pelo projeto CC21. Esse novo veículo irá usar a Common Modular Platform (CMP), uma arquitetura modular, a mesma usada pelo Peugeot 208. O C3, que somou 809 emplacamentos de janeiro a outubro, concorre com modelos como o Chevrolet Onix, que teve 92.293 unidades licenciadas no mesmo intervalo.

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Outro Citroën que não vai bem e não ter vida longa é o C4 Lounge, sedã médio que disputa o mercado com modelos como Honda Civic e Volkswagen Jetta. Foram somente 272 unidades comercializadas no país este ano. É quase 100 vezes menos do que o Corolla, líder dessa categoria, vendeu no mesmo período. Atualmente, a Citroën só oferece uma versão do C4 Lounge, a Shine, fabricada em 2019.

Outro hatch com os dias contados é o March, da Nissan - que atualmente está sendo vendido apenas com motor 1.6. A fabricante japonesa não vai produzir no país a nova geração do carro, que surgiu em 2017 na Europa. Ficaria caro para os padrões brasileiros. A aposta para seu lugar seria o Magnite, um SUV menor que o Kicks.

Importadora da Hyundai, a Caoa também tem um acordo de produção com a fabricante sulcoreana. Atualmente, ela produz em Anápolis o Hyundai ix35 e o New Tucson. Que na verdade são a segunda e a geração do mesmo produto, o Tucson. Dois fatores pesam para a descontinuação do ix35: vendas em queda e a chegada de uma outra geração do Tucson, apresentada no mês passado.

Com um portfólio renovado, a Chevrolet conta com uma picape que teve seu visual inspirado no Agile, modelo que saiu de linha há seis anos, a Montana. O produto está defasado e atualmente suas vendas correspondem a apenas 10% do que vende a Fiat Strada, modelo líder desse segmento. A Chevrolet trabalha em um modelo maior, que vai utilizar a mesma plataforma do Tracker e que irá disputar com Fiat Toro e Renault Duster Oroch.

Vale a compra? O importante ao comprar um carro que irá mudar completamente ou sair de linha é ter consciência disso. Depois, é preciso entender quanto tempo você vai ficar com ele. Se a venda for ocorrer em até um ano depois que o fabricante oficializar a mudança ou saída do mercado, o preço do seminovo tende a cair mais, até porque são oferecidos descontos mais robustos nas últimas unidades. Depois de um tempo as coisas se estabilizam.

Além de descontos maiores oferecidos pela montadora, você deve barganhar bastante. Quando um veículo novo é colocado em linha ele precisa "pagar" o investimento feito no projeto, os custos de desenvolvimento, etc. É mais ou menos como quando você abre vai abrir uma empresa, por exemplo, o período inicial é focado em custear o que foi aplicado, depois a rentabilidade aumenta.