Acidentes de trânsito de trabalho vitimam mais ocupantes de carro na BA

Ocupantes de carros são os que mais morrem em acidentes de trânsito ligados ao trabalho na Bahia, segundo dados de levantamento inédito divulgado pelo Ministério da Saúde usando dados dos Sistemas de Informação de Agravo e Notificações (Sinan) e do de Mortalidade (SIM). De 2007 a 2016, o estudo apontou que 1.053 trabalhadores morreram em acidentes de trabalho no trânsito. Destes, 412 estavam carros. 

O número representa 39,1% das mortes em acidentes de trânsito ligados ao trabalho no estado. Em seguida, aparecem outros acidentes de transporte (256 mortes, 24,3%), ocupantes de veículo de transporte pesado (140 mortes, 13,3%), motociclistas (98 mortes, 9,3%), pedestres (74 mortes, 7%), meios aquático, aéreo, espacial e NE (35 mortes, 3,3%), ocupantes de ônibus (23 mortes, 2,2%), ocupantes de caminhão (8 mortes, 0,8%) e ciclistas (7 mortes, 0,7%),

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Para a vigilância em saúde, o acidente de trabalho é aquele que “ocorre no ambiente de trabalho ou no percurso de ida ou volta ao trabalho ou durante o exercício do trabalho".  Quando os acidentes de trabalho envolvem trabalhadores realizando atividades próprias - por exemplo, no caso de acidentes de trânsito, motoristas - são considerados típicos; e, ao ocorrerem durante o percurso de casa para o trabalho e vice-versa, são denominados de trajeto. Os números divulgados pelo ministério incluem trabalhadores que se acidentaram na sua função ou quando estavam indo ou voltando do local de trabalho.

No período analisado, o número de notificações de acidentes de transporte ligados ao trabalho na Bahia foi de 3.776. Em 2017, os índices caíram 49,3% em relação ao ano anterior, sendo registrados 301 acidentes. 

No Nordeste, foram registradas 2.911 mortes, sendo 752 de motoristas de carro e 572 de motociclistas. A região é a terceira com maior número de registros. De 2007 a 2016, foram 19.226 acidentes de trânsito ligados a trabalho notificados. A região também teve redução em 2017, caindo 48,2% nas notificações em relação ao ano passado.

No Brasil, oito em cada 10 acidentes de trânsito relacionados ao trabalho foram sofridos por homens. Jovens na faixa de 18 a 29 anos são 40,1% dos acidentados. Quase metade dos acidentes foram no Sudeste (47,5%). Entre todos os acidentes, 63% evoluíram para incapacidade temporária.

Analisando todo país, o coeficiente de mortalidade por acidentes de transporte foi de 1,5 a cada 100 mil. Os maiores índices entre estados são Rondônia (4,9), Mato Grosso (4,3), Paraná (3,2) e Santa Catarina (3,1).  Na Bahia, o dado é de 0,8 mortos a cada 100 mil acidentes.

Desde 2010, o Ministério da Saúde trabalha no projeto Vida no Trânsito, cooperando com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), para priorizar intervenção nos fatores de riscos para acidente, como consumo de bebida alcoólica e velocidade alta. Outra ação do ministério é o Rodavida, que acontece desde 2017 e ajuda na conscientização da população no trânsito.