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Transnordestina vai atropelar a Fiol na disputa pelo Matopiba

Ferrovia entre Eliseu Martins, no Piauí, e o Porto de Pecém, no Ceará, garante R$ 3,6 bilhões para conclusão de seus 1.209 quilômetros

  • Foto do(a) author(a) Donaldson Gomes
  • Donaldson Gomes

Publicado em 29 de novembro de 2024 às 14:51

Paulo Câmara, do BNB, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva Crédito: Divulgação

Aposta do governo do Ceará para atrair cargas do Matopiba – a fronteira agrícola que envolve os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia –, a Transnordestina acaba de dar um passo decisivo em seu processo de implantação. Enquanto a implantação Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) segue em banho maria, o projeto mais acima no mapa vai receber um aporte de R$ 3,6 bilhões do governo federal para concluir o trecho entre Eliseu Martins, no Piauí, e o Porto de Pecém e se consolidar como uma alternativa viável para o Matopiba.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente do Banco do Nordeste (BNB), Paulo Câmara, assinaram, na última quinta-feira, 28, em Brasília, o termo de aditivo no valor de R$ 3,6 bilhões ao financiamento das obras de implantação da Ferrovia Transnordestina. O aporte será feito em quatro etapas de liberação.

“São R$ 3,6 bilhões disponibilizados para conclusão dessa ferrovia, que é fundamental para o desenvolvimento do Nordeste. Sabemos que temos muito o que fazer ainda para melhorar a infraestrutura regional, mas estamos no caminho certo”, afirmou Paulo Câmara.

Os recursos envolvidos na operação são oriundos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE). O tomador do crédito (Transnordestina Logística S/A) é a concessionária responsável pelo trecho que liga Eliseu Martins, no Piauí, ao Complexo Industrial e Portuário de Pecém, no Ceará. Com 1.209 km de extensão, a linha percorre 53 municípios.

E por aqui?

Enquanto isso, por aqui, as expectativas em relação a uma alternativa logística para o escoamento de grãos que passe pela Bahia se voltam para um desfecho em relação ao que já tão falado processo de venda da Bamin, concessionária de um trecho da Fiol e responsável pelas obras do Porto Sul, possivelmente para a Vale. Se a turma por aqui não correr, as cargas do Matopiba devem mesmo acabar indo para o Ceará, que além de tudo já tem um porto pronto para enviar os grãos da região para o mundo.

No último mês de setembro, o Farol Econômico mostrou que os grãos do Matopiba são um alvo do governo do Ceará. “Até 2026, nós teremos a conclusão da Ferrovia Transnordestina, que terá a possibilidade de se tornar uma alternativa para o escoamento do algodão do Matopiba”, prometeu aos produtores durante o Congresso Brasileiro do Algodão.