28ª Convenção da Ademi-BA apresenta tendências imobiliárias como Coliving e Cohousing

Conheça as estratégias e modelos de negócio que o mercado imobiliário vem investindo para agradar ao público adepto ao Coliving e Cohousing que cresceu 38% esse ano em todo o Brasil

  • Foto do(a) author(a) Kalven Figueiredo
  • Kalven Figueiredo

Publicado em 9 de dezembro de 2017 às 08:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

Imagine dividir as contas, obrigações com a casa e ainda compartilhar áreas de convivência como cozinha, escritório, jardim, ou sala de estar para nunca mais reclamar da falta de companhia. É assim que vivem as pessoas que aderem a um estilo de vida mais colaborativo como o Coliving ou Cohousing.

As novas formas de moradia foram o tema central do primeiro dia da 28ª Convenção Anual Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-Bahia), que termina amanhã em Praia do Forte.

As moradias no estilo Coliving e Cohousing são uma prática comum na Europa e nos EUA. Aqui no Brasil ainda são novidade, mas segundo o presidente da Ademi-BA, Cláudio Cunha o público ávido por estes empreendimentos existe e cresceu cerca de 38% em todo Brasil este ano.

Na Bahia, ainda não existem casas e prédios adaptados a este novo estilo de morar, mas o mercado imobiliário baiano, de olho nas tendências, está prestes a receber a novidade. Segundo adiantou Cláudio Cunha, com exclusividade ao CORREIO, já existem dois empreendimentos na fase de projeto e previstos para serem lançados no segundo semestre do ano que vem.

Entre as principais vantagens do Coliving e Cohousing está o diferencial para o bolso do comprador. “O preço final do imóvel é menor porque a área individual também é menor”, afirma o presidente da Ademi-BA.

Cohousing x Coliving

Diferente da tradicional república, geralmente formada por pessoas que necessitam dividir despesas e estão apenas passando por uma fase de suas vidas, as práticas citadas são um estilo de vida que muitas pessoas têm escolhido. A alternativa não tem só a finalidade de fazer sobrar dinheiro no final do mês, mas também dividir preocupações e render tempo individual, o que é uma queixa de muitas pessoas nos dias de hoje.

O Cohousing é uma opção para quem preza pela privacidade e gosta de aproveitar momentos sozinhos. Ele pode ser comparado a uma vila de casas separadas que compartilham dependências comuns. Já o Coliving é uma grande casa em que a área pessoal dos moradores se restringe aos quartos. Áreas como cozinha, jardim, horta e sala de estar são comuns a todos.

Público

O grupo de Coliving mais famoso no Brasil é o Casa da Gente, localizado em São Paulo. Fundado em pela baiana Mariana Brasil em parceria com Winston Petty, o coletivo abriga um total de 10 pessoas. A casa tem 554 m² de área construída e 22 cômodos: oito quartos (sendo cinco deles suítes), dois banheiros, copa, cozinha, horta, dispensa, lavanderia, varanda, sala de trabalho, sala de estar e uma garagem que funciona como uma academia coletiva. As vantagens não são exclusivas de quem mora nesta dinâmica, Mariana revela que os donos de imóveis também podem se aproveitar desta prática. Uma das vantagens apontadas por ela foi a possibilidade de inserir novamente no mercado um imóvel que, por possuir uma estrutura maior, acabou por ficar muito tempo fechado.

“Desta forma (Coliving) fica mais fácil de vender ou alugar, porque as famílias hoje não estão mais interessadas em ter uma estrutura tão grande”, defende ela, explicando que este imóvel maior pode ser adaptado ao estilo Coliving. Segundo Winston, existem vários tipos de Coliving, inclusive classificados por faixa etária, profissões e estilo de vida.

Ele cita como exemplo um grupo de pessoas que se reuniu com o objetivo de compartilhar experiências e métodos de criar seus filhos; um coletivo da terceira idade como alternativa às casas de repouso, o que evita uma situação de solidão e dependência; e ainda artistas que se juntaram com o objetivo de pesquisar, compartilhar referências e visões de mundo, além de colaborar artisticamente.

Construção inovadora

De olho na crescente tendência, Alexandre Lafer Frankel resolveu criar a construtora Vitacon em São Paulo. Com o objetivo de reinventar a cidade, a empresa aposta em empreendimentos menores em tamanho, mas bem localizados. A Vitacon busca atender o desejo de morar mais perto do trabalho e diminuir o tempo gasto no trânsito. A ideia surgiu a partir de uma experiência do empresário que, após se casar, foi morar em um apartamento no qual gastava todos os dias cerca de 3h para chegar no trabalho.

Pensando nisso, os empreendimentos da Vitacon são planejados para as pessoas irem ao trabalho sem carro, permitir que os pais consigam levar seus filhos na escola e estimular os moradores a caminhar mais. A empresa já possui 37 empreendimentos entregues e mais oito em produção. “Nossos apartamentos são voltados para um público bem específico: estudantes, pessoas solteiras e as que precisam de mais dinamicidade no cotidiano. É possível, sim, morar em espaços menores, compartilhando áreas comuns como lavanderia, escritório e até mesmo uma sala de jantar, por exemplo”, declara Alexandre.