40 anos do Parque

Por Nelson Cadena

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Publicado em 23 de novembro de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Neste fim de semana o Parque de Exposições Agropecuárias da Bahia sediara mais uma edição da Fenagro. Soube que a Secretaria de Agricultura organiza uma exposição fotográfica sobre os 40 anos do espaço, inaugurado em setembro de 1978 pelo então governador Roberto Santos. A construção do Parque de Exposições de Itapoan atendeu na época uma necessidade de se ampliar a acanhada área do Parque de Ondina, chamado de Garcia D’Ávila em homenagem ao introdutor do gado vacum entre nós; no local eram realizadas regularmente exposições agropecuárias desde 1939 quando o interventor-governador Landulfo Alves diversificou o uso do Campo, então sementeira de milhares de coqueiros, dentre outras espécies.

No ano seguinte à inauguração do Parque de Exposições de Itapoan o espaço ganhou uma original escultura da autoria de Juarez Paraíso, denominada Gestão, modelada com oito toneladas de barro e revestida em fibra de vidro, a partir de uma técnica desenvolvida pelo artista plástico Renato Viana. Os primeiros eventos programados para o novo parque mantiveram a dinâmica dos eventos agropecuários do Parque de Ondina, não se cogitava outro uso que não o de exposições da área. Logo teríamos no espaço dois eventos de grande porte fora do uso convencional: O Arraiá da Capitá e a Feira Baiana dos Municípios.

A Fenagro foi o primeiro grande evento do setor agropecuário a quebrar a regra, em 1988, com a programação de shows de grandes artistas sertanejos e de afinidade musical com o segmento rural. A dupla Chitaozinho e Xororó foi a grande atração dessa primeira exposição. O conceito foi desenvolvido por mim com marca criada pela Publivendas e projeto inspirado nas exposições de Esteio no Rio Grande do Sul. Arthur Couto, Fernando Carvalho e Nivaldo Peixoto de Almeida lideraram esse processo. Como ia dizendo, antes da Fenagro o jornal A Tarde já realizava o Arraiá da Capitá, evento junino de minha inspiração, cujo ponto alto era a cenografia e a Feira Baiana dos Municípios, rica em gastronomia e cultura, organizada pelo Governo do Estado.

Os grandes eventos, se por um lado popularizaram o Parque, por outro provocaram alguns conflitos entre as entidades de classe da pecuária_ que não admitiam a cessão do espaço para o entretenimento_ e o governo. Venceu a racionalidade. Os shows trouxeram recursos para essas entidades e o Parque tornou-se de fato multiuso. A Rede Bahia trouxe para o Parque outro megaevento, o Festival de Verão, realizado pela primeira vez em 1999, também rico em cenografia e na diversificação de palcos e áreas para shows de todos os estilos. E em tempos recentes a TV Aratu levou para o Parque o tradicional Arraiá do Galinho.

Cabe lembrar ainda grandes shows esporádicos como o da popstar Beyonce, ou os realizados anualmente, como o Salvador Fest. Não faltaram ao Parque eventos de cunho social e também religiosos com grande presença de fieis, incluindo a beatificação da Irmã Dulce em 2011. O Parque de Exposições que nestes 40 anos resistiu a invasões de terra, depredação de suas instalações, roubos (até da fiação elétrica e de latrinas) e outras cositas que não cabe rememorar se prepara para um novo perfil de usuário, isto é, se concretizado como previsto o projeto de construção de um Centro de Convenções no local.