60 kg mais magra, Miss Bariátrica fala de experiência: 'Ponto de partida'

A campeã do concurso afirma que a cirurgia não é 'a forma mais fácil de lidar'

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  • Vanessa Brunt

Publicado em 4 de setembro de 2017 às 16:44

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

Camila Alves Quintela recebeu o título de Miss Bariátrica, nesta sexta-feira (1º), em evento realizado pelo Núcleo de Tratamento e Cirurgia da Obesidade (NTCO), em Salvador. A campeã, de 1,80m, tinha 133 quilos. Hoje, com 73 quilos, Camila desmitifica tabus sobre a cirurgia bariátrica, afirmando que é só o começo de uma caminhada e não 'a forma mais fácil de ser saudável ou magra'. Segundo os organizadores do concurso, a proposta do Miss Bariátrica é a de promover um estilo de vida saudável e estimular a autoconfiança, assim como a autoestima. Na quinta edição, última realizada, o concurso teve como tema Mulheres Que Fizeram a Diferença. A proposta é a de homenagear mulheres que utilizaram o tratamento como uma etapa inicial para cuidar da disposição física e, consequentemente, mental. Camila, que começou a engordar aos 20 anos e buscou ajuda médica após dificuldades respiratórias e outras complicações de saúde, tentou diversas dietas e formas de emagrecimento antes de fazer a cirurgia. Chegou, inclusive, a tomar medicamentos diários após consultas e prescrições médicas. Mesmo não esperando um resultado imediato, Quintela percebia que os efeitos surtidos não eram os indicados e aguardados. Após ser internada por hipoglicemia (pouco açúcar no sangue), a campeã percebeu que deveria recorrer a outros profissionais e meios para buscar uma vida equilibrada. Camila tentou diversas dietas e metódos até optar pela cirurgia (Foto: Divulgação) Ao perceber a importância de ouvir mais de um médico e de aprofundar o autoconhecimento para perceber qual a melhor escolha, Camila decidiu pela bariátrica. "Cada corpo vai dizer qual a melhor solução. É importante ouvir mais de um lado e buscar metódos anteorires com acompanhamentos médicos, mas é preciso também lembrar que a cirurgia não é a solução do problema, é apenas uma ferramenta para mudar o estilo de vida", continua Camila. "Seja uma dieta ou uma cirurgia, no fim das contas ambas as formas são apenas o começo da caminhada, que depende de esforço, estudo e suporte. Hoje tenho uma alimentação balanceada e faço atividades físicas. A cirurgia foi um ponto de partida necessário para o meu caso. Mas não adianta fazê-la achando que é uma 'forma fácil de lidar', porque ela não serve sozinha como forma de melhorar a saúde e nem como forma de modificar totalmente a estética de um corpo", aponta a Miss.Camila ainda deixa o lembrete de que não é qualquer pessoa que pode fazer a cirurgia. É necessário o acompanhamento com endocrinologista para ter a recomendação, já que outros meios devem ser testados anteriormente. Além disso, de acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), o Índice de Massa Corporal (IMC) mínimo para a indicação da cirurgia é de 40 kg/m2.  Para o CORREIO, Camila fez um vídeo para ratificar os alertas citados: Apesar do título recebido, a Miss quebra padrões e preconceitos ao lembrar que estar acima do peso nem sempre é sinônimo de problemas de saúde. "Pode ser um alerta, mas não significa que a pessoa em tal condição não seja saudável – ou não esteja tentando ser. Existe um grande preconceito que leva à ideia errada de que quem é gordo, é preguiçoso. Muitas vezes existe um esforço da pessoa, não simplesmente para uma mudança de peso, mas para melhorias na saúde, e ela pode estar conseguindo, mesmo que não apareça visualmente", analisa. "Obesidade, no entanto, é uma doença. E precisa ser encarada como tal. É aquele ponto do alerta máximo chegando", pondera a Miss. Camila deixa o lembrete de que não é qualquer pessoa que pode fazer a cirurgia (Foto: Divulgação) A vencedora ainda lembra que o formato magro não exatamente é o mais belo e nem o mais saudável. "Estar acima do peso não significa que você não deve amar o seu corpo e enxergar que ali existe beleza. Mas quando isso chega em um ponto em que a saúde começa a ser afetada, deve-se procurar uma forma de melhorar", ratifica. "Estar no peso adequado também não significa que por dentro aquele corpo é saudável", finaliza e alerta Camila.