A arte muda consciência humana, o oportunismo a desfaz

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  • Cesar Romero

Publicado em 19 de novembro de 2018 às 05:00

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Há um gráfico no mercado, que nem sempre corresponde à realidade, mas serve como sugestão: os melhores investimentos são em artistas até os 40 anos, que tenham possibilidades de crescer. Dos 40 aos 70 anos existe maior segurança nos investimentos, já que se pode falar em carreira. Dos 70 em diante os que crescem no preço é relativamente pouco, já que o artista foi testado e alcançou o seu topo. Esta não é regra científica, infalível e que se deva apostar com segurança.

O mercado de arte é subjetivo, heterogêneo e não se sustenta em versão economicista. Existem muitas variáveis, que o tempo vai fixar. Embora não haja um caráter matemático para preços de obra de arte, contam alguns sinais e sintomas como: trajetória do artista, o tempo que ele trabalhou e se inseriu no mercado, produção limitada, conceito de obra, originalidade, criadores de escolas, movimentos, historicidade, fortuna crítica, premiações, técnica, dimensões. O mais importante talvez seja a inventividade, que faz do artista um produtor único e sua obra uma digital reconhecível à distância.

Atrás dos preços vêm sempre as trajetórias, exemplos lapidares são as obras mais caras da atualidade:

O Grito, por Edward Munch (U$ 119.900.000).

Retrato de Adele Bloch–Bauer, por Gustav Klimt (U$ 135.000.000).

Rapaz com um cachimbo, por Pablo Picasso (U$104.000.000).

Por que um Pablo Picasso atinge valores tão altos e o francês Henri Matisse não? Matisse é muito melhor pintor que Picasso, porém menos midiático. Matisse era tímido e deprimido. Obra do artista plástico inglês Damien Hirst (foto/divulgação) Demien Hirst é hoje o mais famoso artista inglês, conhecido e tendo mercado em todo o mundo. Trabalha com dezenas de auxiliares, tem produção intensa e preços altos. Propositalmente trabalha com obras polêmicas, que têm como objetivo escandalizar, usa materiais inusitados como animais mortos, cortados ao meio submersos em formol, sangue, vísceras e putrefação, onde o importante é o “show off” para o espectador. Sustentará a carreira? Alguns críticos acreditam que Hirst já está inserido na história da arte, outros que ele faz marketing do escândalo e daqui a duas décadas será mais uma figura do entretenimento. Mais uma vez o tempo responderá esta questão. Hirst, sempre esteve apoiado por grandes marchands e colecionadores, é mais avaliado por seu cacife no mercado e por seus elementos de cena do que pelo talento. Tornou-se um bem de consumo de luxo. Preço e fama não são sinônimos de qualidade artística. O que o mundo precisa é de novas invenções.

Existem duas coisas eternas: o tempo e a arte. A arte muda consciência humana, o oportunismo a desfaz.