'A cabecinha está desinchando', conta tia de bebê arremessado pela janela

Criança teve traumatismo craniano e fratura na costela

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  • Fernanda Varela

Publicado em 5 de abril de 2019 às 18:25

- Atualizado há um ano

. Crédito: Evandro Veiga/CORREIO

O bebê de dois meses que foi arremessado da janela de casa pela avó apresenta sinais de melhora. O menino permanece internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral do Estado (HGE), mas tem respondido ao tratamento. A avó, a dona de casa Eli Machado de Souza, 53 anos, está presa. Avó jogou criança pela janela (Foto: Evandro Veiga/CORREIO) De acordo com a tia da criança, Isabela de Souza Torjal, a cabeça do sobrinho começou a desinchar. "Ele está respondendo bem ao tratamento. A cabecinha está desinchando bastante. Os médicos estão esperando que passe o inchaço para avaliar se vai ter a necessidade de cirurgia", disse ela ao CORREIO.

O procedimento cirúrgico pode ser necessário porque a criança sofreu traumatismo craniano ao ser jogado de uma altura aproximada de seis metros. Ainda segundo a tia, o menino também sofreu uma pequena fratura na costela, mas sem necessidade de operar.

Isabela contou ainda que a mãe da criança, Jéssica de Souza Torjal, não sai do lado do filho. "Ela está mais calma, porque está vendo que ele está melhorando, mas é difícil, né?", completou.

A avó da criança teve a prisão preventiva decretada pela Justiça após passar por audiência de custódia nessa quinta (4). Ela foi presa em flagrante na quarta-feira (3), após arremessar o menino pela janela do primeiro andar do prédio onde mora.

Prisão De acordo com o juiz Horácio Moraes Pinheiro, do Núcleo de Prisão em Flagrante, o pedido da conversão da pena em prisão preventiva foi feito pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) e acatado “diante da necessidade de garantia da ordem pública e a conveniência da instrução criminal”.

Ainda segundo o magistrado, após o inquérito policial apontar que a suspeita é portadora de transtornos mentais, “a matéria deverá ser aferida pelo juízo da causa, não sendo este momento oportuno para tal análise”. O crime pode levar à pena de 20 a 30 anos de prisão.

Relembre o caso O caso ocorreu por volta das 11h desta quarta (3), quando Eli arremessou o neto pela janela do apartamento onde mora com a filha, mãe da criança, Jéssica. Após a prisão em flagrante e já na delegacia, a empregada doméstica afirmou que se arrependeu do ato.

A suspeita contou à polícia que a filha e o pai do bebê estavam juntos na sala do apartamento, o que ela considerou uma “pouca vergonha”. Segundo ela, após reclamar, uma discussão teve início e o casal tentou agredir a acusada. “Eles vieram me bater, eu peguei a criança e fiz isso”, contou.

No entanto, a versão é diferente da que a mãe do bebê contou para os vizinhos. Segundo uma das moradoras que ajudaram a socorrer a criança, Jéssica disse que Eli reclamou quando viu o namorado dela em casa, mas que não houve agressão. A avó pegou o bebê, que estava deitado no sofá, sem que a mãe da criança visse, e o lançou pela janela da cozinha. 

A criança foi levada por populares ao HGE. “Eles queriam esperar o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas o bebê já estava roxo, estava morrendo. Peguei a criança e entreguei para uma vizinha que tinha conseguido um carro para dar socorro”, disse a amiga da família. Em seguida, a polícia foi acionada e Eli foi presa em flagrante. A suspeita foi encaminhada Delegacia Especializada de Repressão a Crime Contra Criança e Adolescente (Dercca).