A Copa do Mundo de Street Fighter

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  • Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2017 às 06:00

- Atualizado há um ano

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Você sabe, caro leitor ou bela leitora, que os imbecis não são uma exclusividade do Brasil e muito menos da Bahia. Há imbecis de tudo que é credo, cor, nacionalidade, etnia, gênero e classe social. A imbecilidade é geopoliticamente e socialmente democrática, por assim dizer. Talvez pensando nisso, o ex-boxeador russo Vladimir Nosov, que nunca foi lá grandes coisas no universo esportivo, surgiu com uma ideia que pode, em certa medida, promover algum sossego para os verdadeiros amantes do futebol durante a Copa do Mundo 2018, na Rússia. O pugilista aposentado deseja criar um torneio de luta durante o Mundial, visando botar frente a frente, cercados pelo devido aparato de combate, imbecis de qualquer nacionalidade que queiram se engalfinhar com oponentes de outros países, trocando tapas, socos e pontapés de forma autorizada. É praticamente certo que os hooligans de vários países (russos incluídos) vão botar pra lascar durante a Copa da Rússia, quebrando tudo que veem pela frente e se esmurrando com outros imbecis - basta rever as cenas da Eurocopa na França, no ano passado, para lembrar quão destrutivos esses caras podem ser. Então, se eles vão brigar de uma forma ou de outra, que tal tirá-los do meio da rua e levar o pau viola para uma arena organizadinha? Dá vontade de rir (ou chorar), mas, a bem da verdade, não se pode desmerecer totalmente a lógica de Nosov. “O que eu quero é que qualquer torcedor que queira mostrar o quão mau ele é na rua, que venha e mostre do que é capaz no ringue. Em vez de destruir bares e restaurantes e de incomodar as pessoas, entre no ringue e mostre o que pode fazer em uma luta justa contra torcedores de todas as partes do planeta”, comentou Nosov numa entrevista à ESPN Internacional.  Em perspectiva, é quase como trazer o Street Fighter 2 para a realidade. Depois que a ideia começou a correr mundo, um dos conselheiros da União Russa do Futebol (a CBF de lá), Igor Lebedev, já apareceu com uma sugestão ainda mais audaciosa: “A Rússia poderia ser pioneira em um novo esporte. Os fãs chegam, escolhem contra quem lutar e têm o desafio aceito. Vinte pessoas de cada lado, sem armas. Em um estádio, com hora marcada”, vislumbra o cartola. Se você achar que a descrição lembra uma arena de gladiadores, é porque se trata exatamente disso. Do jeito que russo é um bicho invocado, não duvido nada que a Copa da Selvageria seja mesmo realizada durante a Copa do Mundo. Só que aí teremos que ver a adesão, pois sabemos que se não gerar tumulto na rua ou no estádio, boa parte dos imbecis perde o tesão pela briga. Além disso, se for no um contra um, tem muito machão que se omite. Pelo sim, pelo não, deixo a sugestão para os imbecis da Bahia, esses que volta e meia arrumam uma confusão por aí, especialmente antes ou depois dos Ba-Vis: juntem as economias e vão lá participar desse tão edificante torneio. É uma boa oportunidade de mostrar a valentia para o mundo todo. Quem sabe até ganham uma grana e ficam por lá mesmo. Nas bandas de cá, certamente não fariam falta nenhuma.*Victor Uchôa é jornalista e escreve aos sábados