A dura realidade do Vitória mostrada pelo Fortaleza

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Publicado em 10 de abril de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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A diferença entre uma equipe bem treinada e outra danificada em todos os níveis esteve exposta para quem quisesse ver na última segunda-feira (8), quando o Vitória foi surrado pelo Fortaleza e eliminado da Copa do Nordeste. O placar de 4x0 ficou até barato diante do que foi a superioridade do time de Rogério Ceni, que teve menos posse de bola (57,9% x 42,1%), porém finalizou três vezes mais (12 x 4), de acordo com dados do site de estatísticas Footstats.

Mas eu não vou me ater aos números. Quero falar sobre  propostas de jogo e suas respectivas execuções. O técnico Claudio Tencati sabia que enfrentaria um adversário superior e apostou em um jogo reativo, ou seja, recuou seu time para segurar as investidas do rival e apostou nos contra-ataques. Não funcionou uma coisa nem outra. O Vitória se defendeu de maneira precária, levou dois gols ainda na primeira etapa, outros dois na etapa final e praticamente não chegou no ataque.

O Fortaleza, que queria a posse da bola para chegar ao gol de João Gabriel, se defendeu melhor do que o reativo Vitória. É a prova de que não é preciso retrancar a equipe para manter o adversário longe do seu gol, basta fazer com que seus jogadores assimilem ideias como compactação e balanço defensivo, que eles compreendam a necessidade de se manter próximos e se deslocar de maneira coordenada para o lado onde a bola está.

É claro que ‘dispor de tempo para treinar’ vai muito bem, obrigado. Rogério Ceni foi anunciado pelo Leão do Pici em novembro de 2017 e teve tempo suficiente para implantar sua filosofia de jogo, que levou a equipe ao título da Série B na última temporada. O Fortaleza está longe de ter um elenco brilhante, principalmente pensando em disputar a elite do futebol nacional, mas é inegável e há de se elogiar a organização do time dentro de campo.

O Vitória também foi derrotado por ele mesmo. A superioridade técnica e tática do Fortaleza é incontestável, só que o psicológico abalado dos atletas influenciou diretamente na fraca atuação da equipe. A partir do momento em que levou o primeiro gol, o Vitória se desorganizou completamente, assim como já havia acontecido outras vezes em 2019, como nas derrotas para Botafogo-PB e Fluminense de Feira, por exemplo. O terceiro e quarto gols dos cearenses retrataram um rubro-negro já combalido e completamente desorganizado. A apatia era visível no rosto dos atletas.

Se continuar, Claudio Tencati terá muito trabalho para recolocar a equipe nos trilhos para a disputa da sempre dura Segundona. Ele precisará resgatar o emocional dos atletas, dar um padrão tático e, claro, será imprescindível que ganhe reforços. Digo “se ficar” porque nem ele mesmo sabe se permanece no cargo depois que um novo presidente assumir a direção do clube no dia 24 de abril – ou 1º de maio, caso haja segundo turno.

Caso o novo presidente opte por trocar o comando técnico, serão duas semanas de trabalho desperdiçadas nesse período sem jogos. O Vitória estreia na Série B no dia 27 deste mês, contra o Botafogo-SP.

*Rafael Santana é repórter do globoesporte.com **Opiniões e conceitos expressos no texto são de responsabilidade exclusiva do autor