A emoção (e a saga) de entrevistar Sir McCartney

Repórter Roberto Midlej, fã dos Beatles, fala sobre a experiência de entrevistar Paul McCartney. Foram quase três meses de espera

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  • Roberto Midlej

Publicado em 23 de setembro de 2017 às 06:01

- Atualizado há um ano

. Crédito: MPL/divulgação

Há uns três meses, Ana Pereira, editora do caderno Vida, do CORREIO, me disse que estavam oferecendo uma entrevista com Paul McCartney. Ainda não se sabia se ia ser por telefone, por e-mail ou sequer quando seria exatamente. Na verdade, nem sabíamos se iria acontecer realmente. Convidado para a missão, aceitei.

Segundos depois, caí na real, me veio aquela insegurança e pensei: “E se meu inglês não estiver em dia?”; “E se der aquele branco na hora de conversar com o meu maior ídolo da música?”; “Se tremi diante de Maria Bethânia, o que será de mim quando ouvir a voz de Sir Paul?”. Confesso que pensei em desistir, mas não tive coragem de refugar.

Passaram-se dez, vinte, trinta dias, dois meses... e nada de confirmarem a entrevista. Finalmente, no último dia 8, novamente o telefone toca. Um produtor local, que intermediava a entrevista diz que a tal conversa aconteceria em, no máximo, dali a 15 dias. E eu caí na real novamente. Desliguei o telefone com a adrenalina lá em cima.

Na segunda-feira seguinte, dia 11, me liga um assessor paulista para dizer que a entrevista aconteceria no dia seguinte. “E aí, como tá seu inglês?”, ele pergunta. “Ah, tá beleza”, disse eu, com um ar meio blasé. Quando desligamos o telefone, caí na real pela terceira vez: “Rapaz, onde você foi se meter?”.

Mas àquela altura, só me restava aproveitar a oportunidade. Tomei os devidos cuidados  e preparei o celular para gravar. Liguei prum amigo de infância que domina o inglês e para um sobrinho fluente no idioma para que me dessem o suporte na hora de ouvir a entrevista, caso fosse necessário. E foi!

Chega o dia e, para me concentrar, decido nem ir à redação. Fiquei em casa esperando a ligação. Mandei as crianças para a casa da vó, para ter o devido sossego e esperei. Esperei, esperei... e nada! Finalmente, às 22h, o assessor me liga e remarca a entrevista para a terça-feira seguinte, dia 19.

Depois de mais uma semana de espera, finalmente o telefone toca, às 17h02. “Hi, Roberto! How are you doing?”. Sim, era ele. Depois dessa, é como dizem os mais jovens: “Zerei a vida”.