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Hagamenon Brito
Publicado em 24 de setembro de 2018 às 05:00
- Atualizado há um ano
Tara Westover é uma escritora americana de 32 anos que estudou em Cambridge, na Inglaterra, se especializou em Harvard, nos EUA, e depois retornou a Cambridge, onde conquistou o doutorado em história em 2014. Tara Westover, 32, autora do best-seller A Menina da Montanha: ela pisou numa sala de aula pela primeira vez aos 17 anos (Foto/Megan Farmer/Divulgação) A Menina da Montanha (Rocco | 336 páginas | R$ 44,90) é o seu primeiro livro, está há 30 semanas no Top 5 dos mais vendidos do jornal The New York Times, acaba de ser eleito o livro de 2018 pela Amazon e figura nas principais listas do Reino Unido, Canadá, Itália e Irlanda, países onde foi lançado também.
No entanto, o romance não tem as características habituais dos best-sellers. A sua história, autobiográfica, é simplesmente chocante quando pensamos na nossa vida urbana e na família contemporânea.
Não devido à aspereza e à violência psicológica do conteúdo, mas por causa do valor de uma única palavra, educação, que fez Tara cavar sulcos profundos no próprio sentido do que é viver e o que significa ser um indivíduo.
Filha de Faye e Gene Westover, Tara é o último dos sete irmãos e irmãs que crescem ao pé de uma montanha isolada em Idaho. A família vive da colaboração de todos: Gene e as crianças coletam sucatas no aterro sanitário para vender; e sua esposa Faye é uma curandeira que usa ervas e que aprende o trabalho de parteira.
Mórmon radical - Uma vida simples e humilde, se não houvesse o pai para torná-la num inferno de obscurantismo. Gene é um fundamentalista mórmon, longe da religião que tem mais de oito milhões de seguidores no mundo e é a quarta mais praticada nos Estados Unidos: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Obcecado pelo apocalipse, ele acumula comida, combustível, armas e munições num abrigo subterrâneo, além de não deixar as crianças frequentarem a escola e ir ao médico. E Tara ainda sofre violência física de um irmão. Tudo isso é narrado na primeira parte do romance.
Na segunda, a autora, que aprendeu matemática, gramática e ciência de forma autodidata e pisou pela primeira vez numa sala de aula aos 17 anos, conquista algo que nunca achou possível: chegar à faculdade. O estalo para rebelar-se contra as restrições paternas é dado pelo retorno do irmão mais velho, Tyler, que partiu para estudar numa faculdade (quando o pai ainda não tinha radicalizado), e traz notícias do mundo além da montanha.
A educação e o conhecimento apareceram para Tara como uma súbita epifania, numa jornada que a levou até um doutorado em Cambridge. Muito madura, ela não maldiz nada ou posa de vítima. Tudo é encarado como parte da sua educação, do que a transformou na dona da sua própria e admirável história. Que venha um filme, Hollywood.
TRECHO DO LIVRO
"Tenho só 7 anos , mas sei que esse é o fato que torna minha família mais diferente: nós não vamos à escola. Fui educada nos ritmos da montanha, ritmos em que a mudança não era fundamental, mas cíclica. Todo dia o mesmo sol aparecia de manhã, varria o vale e descia atrás do pico. A neve que caía no inverno sempre derretia na primavera. Todas as histórias de meu pai eram sobre nossa montanha, nosso vale. Mas ele nunca me disse o que fazer se eu fosse embora, se atravessasse mares e continentes e me encontrasse em terras estranhas. Ele nunca me disse como saber que estava na hora de voltar".
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NA VIBE da black music dos anos 1970, Gal Costa lança A Pele do Futuro Produzido por Pupillo (Nação Zumbi) e com direção artística de Marcus Preto, Gal Costa lança sexta-feira o álbum A Pele do Futuro (Biscoito Fino). Inspirada pela black music dos anos 70, a super Gal interpreta inéditas de Gilberto Gil, Djavan, Hyldon, Adriana Calcanhotto, Erasmo Carlos & Emicida, Dani Black, Guilherme Arantes, Nando Reis, Paulinho Moska, Silva, Tim Bernardes e Marília Mendonça, que participa da faixa Cuidando de Longe. A outra convidada especial é Maria Bethânia: em Minha Mãe, parceria de César Lacerda & Jorge Mautner.
Ouça a faixa Sublime...
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SÉRIE LAMA dos Dias revive o surgimento do mangue beat Louise França (filha do cantor Chico Science) e Julio Machado numa cena da série Lama dos Dias (Foto/Divulgação) Movimento que sacudiu Recife nos anos 1990 e influenciou a cena musical do país, o mangue beat tem seus primórdios revividos de forma ficcional na série Lama dos Dias, no Canal Brasil, aos domingos (estreou ontem), 21h30, em sete episódios com reprises na quinta (12h30) e sábado (17h). Dirigida por Hilton Lacerda (Tatuagem) e Hélder Aragão, o DJ Dolores, a série tem um elenco formado especialmente por atores amadores, com participações especiais de Julio Machado, Maeve Jinkings e Louise França, filha do genial Chico Science (1966-1997), o maior artista do mangue beat.
Assista o primeiro episódio da série