A hora dos corruptos do esporte já chegou

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  • Ivan Dias Marques

Publicado em 30 de março de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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O verdadeiro ‘legado’ dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 continua melhorando. Em uma semana, três ótimas notícias envolvendo presidentes e ex-presidentes de confederações envolvidos em maracutaias.

Pra começar, na sexta passada, uma grande decisão da Justiça, que condenou o ex-presidente da Confederação Brasileira de Taekwondô (CBTkd) Carlos Fernandes a seis anos e quatro meses de prisão, a serem cumpridos em - infelizmente - regime semiaberto  por crime de estelionato e fraude a licitação. 

Ele é o primeiro dirigente de esporte olímpico condenado. Carlos Arthur Nuzman (Comitê Olímpico do Brasil) e Coaracy Nunes (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) já foram presos, mas não foram condenados - ainda, espero. Pra variar, Fernandes fraudou licitações direcionando o processo a empresas que o favoreciam de alguma forma. Ele já estava afastado desde 2016, três meses após o Rio-2016. 

A condenação de Fernandes, de uma confederação teoricamente pequena, pode ser o começo de um processo para levar outros dirigentes no mesmo caminho, já que fraude de licitação é o crime que mais ocorre em federações e instituições esportivas no país. 

No último domingo, Toninho Fernandes, da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e que não tem parentesco com o ex-presidente da CBTkd, renunciou ao cargo. Ele havia sido pego com a boca na botija pelo blog Olhar Olímpico, do competentíssimo jornalista Demétrio Vecchioli. 

O blog mostrou os fortes indícios de fraude num convênio da CBAt com a Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude do Estado de São Paulo (SELJ). Superfaturamento, notas frias, empresas de fachada... tudo isso na organização do troféu Brasil de 2014. 

O ex-presidente teve três meses pra se virar em explicar mais de R$ 500 mil ‘gastos’ para hospedar 370 atletas que nunca foram hospedados. O fim da linha seria na assembleia da última segunda, mas Fernandes se antecipou.

Por fim, na mesma segunda, houve assembleia da Confederação Brasileira de Basketball (CBB), em que foi apresentada a auditoria das contas do ex-presidente Carlos Nunes, que quebrou completamente o basquete brasileiro. 

A CBB conta com um passivo de R$ 38 milhões, além de uma série de irregularidades terem sido comprovadas (já haviam sido denunciadas anteriormente pelo jornalista Lúcio de Castro, na época, no Uol). Nunes usou dinheiro da CBB para pagar viagens, compras, cruzeiros, hospedagem de familiares e até o pagamento de contas de cartão de créditos de familiares do ex-presidente. Na CBB, omitiu valores de balanço, confissões de dívidas sem a devida comprovação de serviços prestados, existência de um sistema extra contábil, entre outras irregularidades.

Nunes está banido da CBB  por 10 anos e será processado civilmente pela entidade, a fim de recuperar o dinheiro gasto ilicitamente. A Justiça, claro, também já está de olho no ex-presidente. 

Mulheres Pra não passar batido e pela importância que tem, só quero registrar o apoio irrestrito à campanha das jornalistas esportivas por mais dignidade no trabalho delas. #DeixaElaTrabalhar. 

*Ivan Dias Marques é subeditor do Esporte e escreve às sextas-feiras