A Internacional Travessias, o descaso e o atraso no Dia da Mentira

Por Karlo Dias

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  • Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2018 às 15:24

- Atualizado há um ano

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Foto: Karlo Dias/Divulgação Parece até pegadinha, mas foi verdade, uma viagem que aconteceria em 4h se transformou em 14h. Foram mais de 10h só de espera na fila do Ferry Boat.

Não é novidade para os moradores ou turistas que frequentam a Ilha de Itaparica. Todo final de semana é a mesma coisa, e se for feriado prolongado os problemas se tornam ainda maior. Filas quilométricas, horários não cumpridos, e outros desrespeitos com os usuários do sistema Ferry Boat. Não adianta gritar, bradar, denunciar na imprensa. Tudo continua da mesma forma.

Na noite deste domingo para segunda-feira - retorno do feriado prolongado da Semana Santa, mais uma vez a soberba e incompetência da Internacional Travessias prevaleceu. Com a promessa de atendimento 24h, todos os barcos operando, o que se viu foi o contrário. Foram mais de 10h de atraso e apenas três navios em operação.

Depois de um final de semana com a família, na cidade de Ubaira, no Vale do Jequiriça, me preparei para retornar a Salvador. Antes de pegar a estrada, certifiquei como estava o trânsito na BR324 e vi que estava intenso. Desta forma, e como sempre faço, optei pela roleta russa que é o Ferry Boat.

Saí de Ubaira pouco antes das 15h. Em Santo Antônio de Jesus voltei a consultar os aplicativos e grupos de trânsito, assim como a imprensa, para certificar que minha opção era a mais correta. Segui por Nazaré até a Ilha de Itaparica.

Viagem até então tranquila, se nenhum imprevisto. Por volta das 17h cheguei na fila do ferry, na altura da torre da Rádio Sociedade, já bem próximo ao Bom Despacho. Nos primeiros momentos a fila - que estava relativamente pequena - chegou até a andar rápido.

Escureceu, e percebi que a fila ficava cada vez mais lenta. Já passava das 20h e havíamos andado muito pouco. Algo estava errado. Liguei para um telefone da Internacional Travessias para checar o que estava acontecendo. Fui informado que a operação ocorria normalmente, com cinco barcos operando, conforme previsto.

Passaram mais duas horas, e nestas horas, com a desistências de alguns veículos que retornaram, conseguir chegar um pouco mais à frente. Resolvi sair do carro caminhar até o guichê, para conferir in loco, o que estava acontecendo.

Encontrei alguns motoristas já muito nervosos discutindo com dois prepostos da empresa, que impediam a passagem dos veículos. Isso eram mais ou menos 22h. Do outro lado, o pátio vazio.

A justificativa era que um navio - o Rio Paraguaçu havia quebrado, e que eles não poderiam deixar os usuários - mesmo os que tinham hora marcada - entrarem no pátio, pq não embarcariam antes da 0h. O sistema não tinha como fazer a cobrança do valor da tarifa de semana. Ou seja, o usuário teria que pagar pelo valor de final de semana e ter que esperar o embarque, que só aconteceria já na madrugada da segunda-feira.

Não teve argumento que fosse usado. A operação so retornou, de fato, após a 0h. O mesmo ocorreu com os pedestres. E o salão de espera estava lotado.

Já dentro do pátio, foram mais três horas de espera. Só conseguimos embarcar às 3h da manhã e chegamos em Salvador às 4h, com o dia já amanhecendo. Foram um total de 14h em uma viagem que em dias normais aconteceria, no máximo em 4h.

E assim terminei o meu fatídico #DiadaMentira, com um questionamento. Será que não adiantam criticas na imprensa? Será que os baianos merecem isso? Uma coisa é certa. Passam os dias e no próximo feriado tudo acontece de novo. Ninguém faz nada. Todos à espera de uma falaciosa ponte, que nunca chega.

A #InternacionalTravessias continua operando sem fiscalização, sem sanções, sem multas. Enquanto isso, a #SecretariadeInfraestrutura do #GovernodaBahia e a #AGERBA assistem todo esse descaso, em silêncio, sem fazer absolutamente nada. Talvez, também à espera da ponte! Verdade ou mentira?

Publicado originalmente no Facebook

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