A maldição de Dalila ou O bafafá das Izquerdxs

Por Aninha Franco

  • D
  • Da Redação

Publicado em 23 de junho de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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A semana começou movida pelo bafafá das “izquerdxs”, com a dor de Lídice fora da chapa majoritária, escanteada por Leão Boca de Cocô e Ângelo Coronel, e com Olívia Santana fazendo muxoxo para a suplência de Ângelo Coronel, mas a erupção vermelha perdeu-se no futebol da Copa do Mundo. Minha memória mais remota de Copas é a de 1970, “com 90 milhões em ação, pra frente Brasil, salve a seleção” que nós não devíamos festejar porque estaríamos fortalecendo Médici e a ditadura. Mas era a loucura de “90 milhões” de brasileiros atrás de alguns milhares de telas pra assistir aos jogos. A democracia e a era digital se encarregaram de reverter tudo em 90 milhões de telas, telinhas, telões mostrando 22 homens em ação.

E desses 22 homens, ontem, um estava fazendo teatro e os outros 21 jogavam futebol. Quando vi a capa de uma edição da revista Veja, em 2011, com o jovem Neymar com uma coroa na cabeça e o comentário de que era o sucessor de Pelé, preocupei. Nunca havia assistido Neymar jogar, mas nasci numa terra onde “não se nasce, estreia”, e onde as coroas são postas nas cabeças com critérios tão estapafúrdios que entendo muito sobre cabeças, sobre coroas nas cabeças, e preocupei com Neymar.

Mas aí, veio a Copa de 2014, os estádios, aquelas coisas todas miraculosas e Neymar só me aparecia com alguma compra arrebatadora, algum salário prodigioso, ou algum namoro insigne. Até que a Copa de 2018 se estabeleceu repleta de telas e o jogador Neymar chegou à Rússia com dois cabeleireiros e um cabelo de grande destaque em cena. Cabelos?

Não é possível que Neymar desconheça a maldição de Dalila que derrubou a força de Sansão, o homem mais forte do mundo, um dia. Parece que sim, porque preocupado com os cabelos, Neymar jogou pouco. Quando eu espiava o jogo, via Neymar no chão, e delirava pensando que todas as vezes que ele se empolgava com a bola, seus dois cabeleireiros fazendo “pontos”, um em cada ouvido, gritavam: - Cuidado com o cabelo! E ele freava. Desde Sansão que cabeleireiro é uma profissão perigosa. Eu corto os cabelos na Escalpo e sempre entro na casa de Jerson com um badogue na bolsa.

Mas passado Neymar e os cabelos, possivelmente as “izquerdxs” baianas voltarão a disputar o poder que eles conquistaram criticando os problemas do estado, na oposição, e aumentaram escandalosamente na situação. Segurança, educação, cultura, turismo, todos gemem... enquanto o Partido Socialista Brasileiro de Lídice da Matta e Domingos Leonelli, na Bahia, e o Partido Comunista do Brasil, que se autodefine como “baseado ideologicamente nos princípios da teoria científica de Marx, Engels e Lênin”, disputam, entre si, a suplência ao Senado do candidato Jaques Wagner, porque para qualquer um dos dois é, no mínimo, constrangedor, ser suplente de Ângelo Coronel. Ângelo é do PSD de Gilberto Kassab em SP e Otto Alencar na Bahia, uma máquina de eleger prefeitos no Brasil, ideologicamente objeto não identificado, mas que elegeu 497 prefeitos em 2016. Já o PSB e PCdoB na Bahia são satélites do PT, que lhes distribui migalhas porque precisa do marketing da izquerdx que é péssima de gestão, mas boa de bafafá.