A prioridade da audiência qualificada

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  • Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2017 às 05:07

- Atualizado há um ano

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Sim, é verdade, esta semana de reta final das Eliminatórias da Copa do Mundo foi emocionante, no nosso continente e mais em tudo que é canto. Dá mesmo gosto de ver como o futebol é capaz de mobilizar as nações e despertar sentimentos que muitas vezes ficam ocultos, em torcedores comuns e profissionais já calejados.

As explosões de alegria no Panamá e no Egito, a frustração na Síria, a euforia viking dos islandeses, o constrangimento holandês, a expectativa dos belgas (que provavelmente não dará em nada), a remontada argentina, o sobe e desce do Chile e do Peru (lá ele).

Em maior ou menor grau, tudo isso causou comoção, movimento e burburinho nos últimos dias, nas ruas, bares ou redes sociais. Mas a verdade é que, ao menos cá nas nossas bandas, esses eventos efêmeros, transitórios e passageiros ainda precisam penar muito pra mexer com as pessoas como Bahia e Vitória conseguem mexer – mesmo quando estão em situação difícil.   

Do lado tricolor, a exibição contra o Palmeiras fez renascer a esperança de um final positivo  de Campeonato Brasileiro, afinal, tomar 2x0 e correr atrás, em São Paulo, não é tarefa que se despreze.

Para além disso, a galera ficou feliz com a constatação prática de que faz muita diferença ter na beira do campo um técnico de verdade e não somente um profissional que recebeu esse título apenas por invenção de uma diretoria tresloucada.

Sim, porque é preciso não perder de vista que a melhor postura do Bahia na primeira partida sob o comando de Carpegiani é apenas mais uma comprovação de como a direção tricolor estava equivocada naquela história de estágio probatório com Preto.

Do lado rubro-negro, a turma não tem mais vocabulário pra tentar explicar o que tem acontecido no Barradão. É realmente inacreditável como o time do Vitória se comporta de maneira tão diversa nas partidas fora e dentro de casa.

Nem vou aqui entrar no emaranhado tático, que, óbvio, tem a ver com o enredo, mas há tempos deixou de ser a principal questão. Parece existir no ar algo que transcenda o jogo, a técnica, o físico e o mental. É inhaca mesmo, das brabas, energia carregada ou qualquer outra hipótese meio mística.

Porque, diante dos fatos, nada de racional é capaz de elucidar como uma equipe tem a postura que tem longe de Salvador e atua de forma tão indolente na sua casa, onde historicamente os outros é que tinham medo.

Em pleno feriado (que virou feriadão para alguns felizardos), foram essas as discussões existenciais que ocuparam as resenhas, presenciais ou não. Num instante, todo mundo largou pra lá a narração do cara do Panamá, os gols de Messi, o trabalho de Tite e por aí vai. O nível de engajamento demonstra fácil, fácil quais são as prioridades.

Daí, a CBF, em mais uma de suas atitudes geniais, mete o calendário da Copa do Nordeste 2018 dentro do período da Copa do Mundo da Rússia.

A CBF, sabemos, só serve pra atrapalhar. Nesse caso, se Bahia e Vitória estiverem bem no Nordestão do ano que vem, a CBF vai atrapalhar é a Copa do Mundo.

Convenhamos: sem a devida atenção da torcida baiana, a audiência do Mundial pode até não perder tanto em quantidade, mas, em qualidade, já não dá pra garantir.