A roupa é o aspecto cenográfico do corpo

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  • Cesar Romero

Publicado em 1 de abril de 2019 às 05:00

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Croquis do estilista francês Paul Poiret (divulgação) As artes visuais hoje têm ampla abrangência. Na contemporaneidade, as fronteiras são fluidas e tem como base as manifestações que lidam com a visão. São consideradas artes visuais: pintura, desenho, escultura, gravura, fotografia, cinema, instalações, arquitetura, web design, identidade visual, decoração, paisagismo, vídeo, design, produção gráfica, artedigital, holografia, sinalização, gestalt, arte-educação, comunicação visual e moda.

A moda é arte quando há invenção de linguagem, transfigurações e seus resultados interferem como fenômeno criativo. De há muito os grandes museus do mundo realizam exposições de estilistas, revelando o ato criador. A roupa é o aspecto cenográfico do corpo, que se transforma em suporte, para invenções, que expressam um pensamento, um estilo, lugares e épocas.

Os estilistas resolvem problemas de silhueta, caimento, textura, harmonia e cor, buscando transcender o artesanal e chegar a equações artísticas de alto padrão.

Intelectuais, historiadores, antropólogos dedicaram parte de suas vidas a estudar moda. Críticos de arte e curadores têm contribuído com ensaios e exposições de grandes estilistas. Foi na alta-costura que mais se desenvolveu o conceito de moda/arte.

A profissionalização de forma sistêmica, veio a partir dos anos 20, com quatro pioneiros: Jacques Doucet (1853-1929) francês,  escandalizou o mundo ao subir as saias das mulheres até tornar visível as ligas rendadas. Fundou em Paris, uma das primeiras casas de alta costura, tornou-se famoso pela ousadia das cores e perfeito acabamento das peças que criava.

Paul Poiret (1879 – 1944), francês, abriu sua casa em 1903, libertou a mulher dos espartilhos, convenceu a sociedade com uma proposta mais solta e leve ao vestuário. Foi o inventor da técnica de moulage e draping. Criou as calças sherazade, túnicas–abajur e o sutiã.            

Jean Patou (1880-1936), francês, abriu sua loja, a Maison Parry, em 1912, foi o inventor da malha de banho, roupas para esportistas. Popularizou o ‘’casaquinho‘’ e desenhou gravatas para homem.

Coco Chanel (1883-1971) inventou as primeiras calças femininas, roupas para praia e montaria. Chanel introduziu na alta costura o jérsei de malha, tecidos xadrez, calças boca de sino, jaquetas curtas, jóias falsas, colares de correntes e de pérolas com várias voltas, bolsas com alças de correntes, o tailler e saias simples. Nascia em 1926 o ‘’pretinho básico‘’ que virou lenda.

Em 1950, Paris tinha 105 casas de alta-costura. A moda é a arte do olhar, do corpo como suporte e informa sobre as transformações da história.