A santa e profana Mulher de Bath

Espetáculo traz Maitê Proença num papel que discute a liberdade sexual feminina e os padrões de comportamento

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 25 de maio de 2018 às 10:00

- Atualizado há um ano

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Há 650 anos, uma mulher que quisesse manter a vida sexual ativa precisava casar. Consciente disso, Alice  - personagem clássica do escritor e filósofo inglês Geoffrey Chaucer (1343-1400), reconhecido como o pai da literatura inglesa, interpretada por Maitê Proença – não dispensa casamentos sucessivos no espetáculo A Mulher de Bath, em cartaz no Teatro Jorge Amado nesse final de semana. A viúva em série gosta de variedade e, por isso mesmo, reza para os cônjuges morrerem e assim acontece. A história se passa em plena Inglaterra medieval e essa mulher experiente, bem humorada e de franqueza desconcertante que conta a história de sua vida: suas paixões, seus rancores e vinganças, seu profundo conhecimento dos homens e da alma humana.  “Ela é uma mulher e tanto: cômica despudorada e corajosa que, para fugir da opressão masculina, se vale de mil artimanhas e truques”, descreve a atriz, ressaltando que o discurso não poderia ser mais atual. “Ela quer o mesmo que as mulheres de agora, seu é o nosso”, completa a atriz, dizendo que assim como a personagem também não tem papas na língua, aposta no jogo de cintura e não se aperta, vai se safando pelos caminhos. Maitê destaca ainda que, em Alice, o profano e o sagrado coexistem de forma muito peculiar. “Ela é religiosa mas tem um jeito particular de entender o que são os deveres de uma boa católica. É católica à sua maneira”, afirma, destacando que a personagem não perde a oportunidade de se utilizar de argumentos bíblicos. “Alice não se compara ao pescador ou a mulheres frágeis, mas aos patriarcas: Abrãao, Jacó e assim por diante.  Ela se nivela por cima”, graceja, ressaltando que a peça é uma comédia para rir em alto estilo. Vale salientar que o espetáculo marca a comemoração de 40 anos da carreira da atriz e 60 anos de vida, e também os 80 anos do diretor Amir Haddad.  Vale salientar que o texto de A Mulher de Bath faz parte da obra inacabada “Os Contos da Cantuária”, publicada pela primeira vez em 1475 e tida como uma das mais importantes da literatura inglesa e um clássico da literatura mundial. A tradução, de José Francisco Botelho, foi indicada ao Prêmio Jabuti e já é considerada uma referência contemporânea na tradução de Chaucer. A peça integra a 19ª Edição do projeto Catálogo Brasileiro de Teatro.

SERVIÇO 25, 26 e 27 de Maio Local: Teatro Jorge Amado Horário: Sexta, 21h -  Sábado 20h – Domingo, 19h Telefone: (71) 3525.9720 

VALORES 1º LOTE R$ 56,00 inteira / R$ 28,00 meia (sexta) R$ 86,00 inteira / R$ 43,00 meia (sábado) R$ 76,00 inteira / R$ 38,00 meia (domingo)

VENDAS Bilheteria do Teatro: (71) 3525.9720 (Terça a Domingo das 14h às 20h) Pela internet: compreingressos.com/catalogodeteatro (sem cobrança da taxa de conveniência) Por telefone: (71) 2626.0032