A vez das construtechs

Por Cláudio Cunha*

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Publicado em 31 de maio de 2018 às 05:01

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Aliar o conhecimento e a experiência do setor de construção com a vontade de empreender e a tecnologia disponível no mercado. Esta é a equação que vem sendo realizada pelas construtechs, empresas de tecnologia especializadas na área de construção e engenharia civil que começam a ganhar espaço no Brasil e no mundo.

Tal iniciativa faz parte dos processos de transformação do segmento e inovação - uma necessidade para renovar o setor, que foi considerado por muito tempo pelo conservadorismo no uso de adoção de novas tecnologias para desenvolvimento do seu negócio. No atual cenário, conseguimos perceber que os avanços começam a surgir.  As construtechs chegaram justamente para apresentar uma nova forma de trabalhar com economia, responsabilidade ambiental e praticidade.

Iniciativas como a da Tecverde, startup do Paraná, abrem um leque de possibilidades no mercado.  Através de soluções em eficiência e redução do prazo para a obra, eles oferecem kits industrializados de paredes com hidráulica, elétrica completa, esquadrias e toda a estrutura de telhado já pronta, sem perder a qualidade no resultado final.

Esse tipo de ação oferece redução na mão de obra, no tempo final da construção, além de reduzir gastos extras. Tudo é feito a partir de pacotes, com valores fechados e sob medida.  Com a fábrica mais automatizada da América Latina, a Tecverde possui um processo de montagem quatro vezes mais rápido que a alvenaria convencional.

A Bahia também vem se destacando nesse segmento. A startup baiana Construcode desenvolveu um aplicativo que gera etiquetas inteligentes para serem utilizadas nos canteiros de obras. De maneira prática e eficiente, é possível ter uma gestão próxima e efetiva do andamento do serviço, além de um melhor controle do material utilizado e da produtividade da mão de obra.

A EngPiso também é outro exemplo baiano do ramo. Uma empresa que existe há mais de dez anos no mercado, mas que vem se reinventando para facilitar a vida dos clientes e se adequar a práticas mais modernas e sustentáveis no controle de umidade, temperatura em ambientes e até mesmo soluções para condomínios.

Esses são alguns exemplos de iniciativas que melhoram a cadeia produtiva do setor de Construção Civil. Gestão dos canteiros de obras, orçamento e contratação de mão de obra, aluguel de equipamentos, gerenciamento de resíduos, maquetes e modelos 3D, defesa para melhores práticas na segurança do trabalho, prospecção de terrenos, entre outros, fazem parte do mundo de possibilidades que está em expansão com o crescimento das startups.

O Fórum de Sustentabilidade da Ademi-BA, que será realizado na tarde do dia 7 de junho no Teatro Eva Herz, visa discutir soluções inovadoras e ecologicamente sustentáveis, através dos exemplos dessas empresas que estão ganhando cada vez mais espaço no mercado e devem ser aliadas das práticas tradicionais da construção civil, estimulando o desenvolvimento dessas tecnologias específicas e contribuindo para a evolução dos processos.

A visão moderna e prática das construtechs, que proporcionam, principalmente, a redução de custos e prazos e possibilita buscar soluções tecnológicas para empresas de grande porte como construtoras, mineradoras, indústrias, imobiliárias, empresas de arquitetura e governo visa agregar valor para as empresas, consumidores e, além disso, aquecer o mercado, unindo práticas tradicionais e experiências inovadoras que estão dando certo.

O uso da tecnologia e o surgimento desse novo formato de negócio é um incentivo para que toda a cadeia produtiva do nosso setor possa ser realizada de forma mais sustentável, abrangente, econômica, acessível e eficaz. No processo de recuperação da ressaca econômica, esta novidade pode potencializar as chances de recuperação do ânimo, geração de emprego, renda e produtividade.

*É presidente da Ademi-Ba