Abastecimento de cargas na Ceasa faz preços caírem nas prateleiras

Preços das frutas e verduras diminuíram em Simões Filho; ovo segue raro

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  • Nilson Marinho

Publicado em 1 de junho de 2018 às 15:33

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Evandro Veiga/CORREIO
Quilo do tomate chegou a custar R$ 10, mas já é achado por R$ 3 por Foto: Evandro Veiga/CORREIO

À medida que os caminhões chegam à Central de Abastecimento da Bahia (Ceasa), em Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador, e os produtos são descarregados, caem, também, nos mercados, os preços das frutas e verduras. Durante a greve dos caminhoneiros, eles estavam nas alturas: era o caso do tomate, que chegou a ser vendido por R$ 10 o quilo, e agora pode ser encontrado por R$ 3.

Muitos itens, inclusive, tinham desaparecido das bancas, como a cebola branca. O que restou, nem sempre em boas condições, era repassado por R$ 9,99. Agora, é vendido por R$ 5 o quilo.

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Outro produto que também estava escasso no comércio era a batata inglesa. Durante a paralisação nacional dos homens da boleia, os poucos fornecedores que ainda possuíam o tubérculo repassavam aos distribuidores o saco com 30 kg por R$ 500. O aumento refletia nas prateleiras onde o produto era comercializado por R$ 12,90 o quilo. Com o fim da greve, o preço despencou: R$ 8. 

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Durante a greve O comerciante Félix Neto, 22 anos, teve sorte. Diferente de seus colegas de profissão, ele possuía em estoque uma boa quantidade de batata inglesa. O suficiente para vender durante toda a greve. Os tubérculos, mesmo em condições inferiores, eram comercializados. Os fregueses, conta Félix, não deixavam de levar o produto meio murcho para casa."Eu tinha um caminhão carregado, cerca de mil sacos. As pessoas procuravam muito, viam as condições do produto, mas mesmo assim levavam. Não durou muito, não", lembra. Com as cargas chegando aos poucos, o preço do saco da batata já caiu para R$ 200, sendo vendido na Feira de São Joaquim por R$ 5.

O comerciante Luiz Carlos, 53, ficou de braços cruzados durante toda a greve. Sem fornecedores de cebola branca trabalhando, não tinha como ir à Ceasa. Já abastecido, o comerciante vende o saco da cebola com cerca de 20 kg por R$ 60. O produto vem da cidade de Irecê, no Centro Norte baiano."São 32 anos de Ceasa e eu não vi isso acontecer. Fiquei sem produtos porque os meus fornecedores nem sequer saíram da garagem. Não adiantava sair para ficar preso na estrada", disse Luiz. Perda O comerciante José Antônio teve prejuízo. Perdeu 400 kg de tomate - 20 caixas. A carga vinda da região da Chapada Diamantina ficou presa em um bloqueio. O que não pereceu está sendo vendido por ele por R$ 20 (a caixa). Os comerciantes podem repassar o fruto por até R$ 0,80, calcula José, mas na Feira de São Joaquim o quilo é vendido por R$ 3."Não tinha tomate, agora chegou demais. Esses aí eu tive que selecionar no meio da carga que foi perdida", revela José.Ovo  Nem na Ceasa, nem na Feira de São Joaquim foi possível encontrar ovos no final da manhã desta sexta (1°). Os dois únicos caminhões que chegaram ao centro de abastecimento nas primeiras horas da manhã saíram de lá vazios, em poucos minutos. Cada caminhão chegou carregado com 120 caixas de ovos.

Na Feira de São Joaquim um único caminhão apareceu pela manhã. Num instante, de acordo com comerciantes do local, o veículo foi descarregado.

Vale destacar que mais de 90% dos ovos consumidos na Bahia vêm de fora - são produzidos em estados como Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo.

A expectativa é de que o abastecimento seja completamente normalizado nos próximos dias - além da Ceasa, a previsão vale para os Núcleos de Abastecimento, Comércio e Serviço (NACS) de Itapuã e Periperi. "Alguns produtos estão mais caros, mas também muito deles não estão sabendo que a Ceasa já está sendo abastecida", diz o agente de fiscalização da Semop, Ricardo Machado. 

Para facilitar o abastecimento de mercados, hospitais e centros comerciais, a prefeitura, através da Transalvador, suspendeu temporariamente o decreto que restringe o horário de circulação de caminhões em Salvador.

*Com supervisão da chefe de reportagem Perla Ribeiro.