Abrolhos: primeiras análises de água coletada devem começar a sair essa semana

Resultados podem não ser conclusivos, diz presidente do ICMBio. Coleta foi realizada em oito municípios baianos

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  • Amanda Palma

Publicado em 13 de janeiro de 2016 às 08:32

- Atualizado há um ano

Os resultados das análises químicas do mar próximo ao Arquipélago de Abrolhos devem começar a sair essa semana e podem não ser conclusivas. A informação foi divulgada pelo presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Claudio Maretti, nesta quarta-feira (13), ao CORREIO.

Amostras foram colhidas em oito municípios: Porto Seguro, Alcobaça, Belmonte, Caravelas, Mucuri, Nova Viçosa, Prado e Santa Cruz Cabrália. “Não foi uma mancha fechada ou completa. Muitas vezes era necessária a orientação do helicóptero para fazer a coleta das amostras no mar”, explica o presidente.

Segundo ele, a ação é preventiva e a lama avistada no Sul da Bahia é bastante diluída, diferente da que é encontrada na foz do Rio Doce, no município de Mariana. “Ela forma uma espécie de gelatina que fica nadando sobre a água do mar e está mais suscetível ao vento. Tivemos uma frente fria que trouxe uma mancha menos concentrada, bastante diluída”, detalha. Mancha apareceu próximo ao Parque Nacional de Abrolhos, no Sul da Bahia(Foto: Manu Dias/SECOM)Maretti afirma que outros eventos aconteceram esse mês na região, que podem explicar o fenômeno. Por isso, apenas o resultado das coletas pode comprovar procedência do material. “Há vários outros eventos na região, como a movimentação da lua, que provocou uma maré mais forte que mobilizou sedimentos do fundo do mar. Há também movimentação da dragagem do canal da tomba de Caravelas e uma chuva que pode ter carreado sedimentos”, contabiliza.

O banho e a visitação às praias da região não estão comprometidas pelas manchas. “A visibilidade para os corais continua boa. Não há nenhuma proibição de visitas ou banho. É muito diferente a lama de Mariana e essa daqui”, garante Maretti.

Ainda de acordo com o presidente da ICMBio, a coleta de amostras é uma ação preventiva. Durante essa semana, algumas reuniões entre o instituto, prefeituras, Inema e o governo do estado foram realizadas para traçar estratégias e fazer o monitoramento das amostras.

SobrevooNesta terça-feira (12), o secretário estadual de Meio Ambiente (Sema), Eugênio Splenger, informou que o sobrevoo realizado pela presidente do Inema, Márcia Telles, não revelou nenhuma novidade. “Já tínhamos previsto isso (o sobrevôo), para acompanhar o trabalho de campo de nossa equipe e tentar identificar possíveis manchas”, explicou.

Os principais rios da região também são estudados com o objetivo de comparar as amostras com a coleta do material marítimo. A mineradora Samarco, responsável pela barragem, também realiza o monitoramento da área. “A Samarco também acabou de coletar amostras, coordenada pelo ICMBio e Ibama. Agora é aguardar os resultados das análises para a gente ter dados concretos”, concluiu o secretário.