Absorvente X coletor: economize até R$ 184/ano e evite alergias

Compare dados sobre saúde, custo e conforto e resolva o que é melhor para você

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  • Rafaela Fleur

Publicado em 14 de março de 2018 às 10:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução/Facebook

Muitas pessoas costumam passar por acontecimentos marcantes e dividir a vida em dois momentos: antes e depois dele. No caso da professora Taila Barbosa, 33, o divisor de águas foi o coletor menstrual - um copinho dobrável feito de silicone cirúrgico que armazena o sangue durante o fluxo.  

De início, a ideia de introduzir um mini copo dentro da vagina pode até ser esquisita, mas basta um pouco de força de vontade para o método ganhar seu coração - pelo menos é isso que acontece com a maioria das garotas que experimentam a alternativa. “Uso o coletor há dois anos. Amo e não troco por nada, foi uma escolha extremamente feliz”, comemora Taila. Dentre os três métodos, o coletor aparece como a opção mais econômica (Infográfico: Morgana Miranda)

O melhor Assim como ela, muitas mulheres também buscam mais conforto durante o ciclo. E é ponto pacífico entre especialistas: entre absorvente externo, interno e coletor, o copinho sai na frente nos quesitos, saúde, segurança e preço.

No caso do absorvente externo, o sangue fica em contato com a pele, ou seja, é umidade na certa. Isso, além de causar assaduras, propicia infecções fúngicas. O odor também não é dos mais agradáveis. 

Já o absorvente interno faz exatamente o contrário: diminui excessivamente a umidade vaginal, o que também pode causar infecção. “Ambos facilitam todos esses problemas. O coletor é o único método livre desses riscos”, explica o ginecologista Carlos Menezes, professor de Ginecologia e Obstetrícia na Ufba. Cada opção tem uma composição diferente (Ilustração: Morgana Miranda) “Cada mulher tem suas particularidades e vai fazer a sua própria escolha, porém o coletor tem mais vantagens. É mais barato, ecologicamente correto e não causa assaduras”, comenta Andrea Queiroz, ginecologista da Maternidade de Referência Professor José Maria de Magalhães Netto e professora da Escola Bahiana de Medicina. Para limpar, basta lavar com sabão neutro e ferver, em um recipiente exclusivo.

Usa como? Sabe aquela praia que você já deixou de ir porque estava menstruada? Se você souber dobrar o coletor direito, não vai se deparar com esse problema nunca mais. O mesmo serve para exercícios físicos e roupas brancas: é liberdade total. Ele fica até 12 horas no corpo segurando o fluxo, que dificilmente vaza. Porém, para isso acontecer, é preciso testar todas as dobras possíveis do coletor. Depois testar de novo. E quando achar que já testou demais, teste mais uma vez. “Ela só vai saber se está bom ou não se experimentar. É uma série de tentativas e erros. Quando não dá certo pode sentir dor, ter vazamento. É o momento mais complicado. Passando essa fase, a paciente consegue se adaptar muito bem”, esclarece Andrea.   Os coletores variam de comprimento e largura; é preciso analisar com cuidado a melhor alternativa (Foto: Reprodução/Facebook) No caso da produtora cultural Mona Nadeshiko, o copinho vai invertido. “Achava ele muito grande do outro jeito. Acabei colocando o cabo para dentro. Nunca vaza, quando faz ‘ploc’, minha filha, já foi!”, brinca Mona.

Outra coisa que é preciso prestar atenção é a posição do colo do útero, que pode ser alto ou baixo demais. É essencial ir em um ginecologista para decidir qual é a melhor marca, já que existem algumas variações de comprimento e largura. 

Foi exatamente o que não fez a estudante Samira Soares, 21, que, por falta de informação, acabou não se adaptando. “Não sabia que meu colo era baixo e não deu certo com o modelo que comprei. O cabinho me machucava muito. Hoje quase não uso, mas ainda assim recomendo. Sei que é a melhor opção”, assume.  O coletor pode ser encontrado em farmácias e diversos sites na internet. Dentre as marcas mais famosas estão Inciclo, Fleurity, Lumma, Korui, Me Luna e Holy Cup.

Menstruação x naturalidade Mulheres menstruam. E esse fato está longe de ser novidade. Porém, para muita gente - homens e mulheres - o tema ainda é controverso.

Para entender como é a relação das meninas e jovens mulheres com a menstruação, a Abril Inteligência, da editora Abril, junto com a revista adolescente Capricho, entrevistou mais de 9 mil garotas de todo o Brasil sobre no tema.

Nos resultados da pesquisa, foi constatado que  maioria ainda enxerga o assunto como um tabu, mas desejam que ela seja vista com mais naturalidade.

Especialmente entre as meninas mais novas, a menstruação está associada a vergonha, inclusive de andar com absorventes e de que outras pessoas as vejam com no item de higiene. Um total de 60% das meninas de 12 a 14 anos declara não querer ser vista com um absorvente. Entre as mais velhas, de 18 a 25 anos, 41% diz sentir esse constrangimento.

O medo de passar por algum vazamento e manchar as roupas ou lugares onde se sentam também é uma preocupação que passa pela cabeça das meninas e jovens mulheres. 55% das garotas de 12 a 17 anos temem que isso aconteça.

Entre as mais velhas, de 18 a 25 anos, são 48% das mulheres que se afligem com essa possibilidade. O vazamento é algo bastante comum: 90% das meninas e mulheres que participaram da pesquisa já passaram por isso.

Ainda que a menstruação seja muitas vezes associada a vergonha, há uma sinalização de que as garotas têm enxergado esse processo de uma maneira mais natural – como algo que pode ser desagradável, mas é inerente ao corpo da mulher e também um sinalizador de que a saúde vai bem. Quando tiveram de descrever o que era a menstruação para elas, menos de 5% associou o sangramento mensal a algo sujo.  Siga o Bazar nas redes sociais e saiba das novidades de gastronomia, turismo, moda, beleza, decoração e pets: