Ação contra fraudes em prefeituras do Recôncavo prende três pessoas

Prisões ocorreram na sexta fase da Operação Adsumus. Dois suspeitos estão foragidos

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  • Milena Hildete

Publicado em 18 de dezembro de 2017 às 19:31

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Milena Teixeira/CORREIO

Promotores e policiais apresentam resultado de sexta fase da operação Adsumus na Bahia (Foto: Milena Teixeira/CORREIO) Três servidores das prefeituras de Santo Amaro e Muritiba, no Recôncavo baiano, acusados de envolvimento com contratos fraudulentos foram presos durante a sexta fase da operação Adsumus, deflagrada na manhã desta segunda-feira (18). De acordo com informações do Ministério Público da Bahia (MP-BA), dois suspeitos não foram encontrados durante o cumprimento dos mandados. Além dos cinco mandados de prisão temporária, a polícia cumpriu seis de busca e apreensão nas cidades de Cruz das Almas, Lauro de Freitas e Salvador. 

De acordo com o promotor João Paulo Santos Schoucair, em Muritiba foram descobertas irregularidades em contratos relacionados à coleta de lixo, que foram praticadas entre 2013 e 2016. Já em Santo Amaro, a quadrilha atuou no ramo de combustíveis entre 2012 e 2016. “Os donos da loja de materiais de construção e do posto de gasolina permitiram que a gente avançasse na investigação. Através do contrato de lixo, descobrimos que a cobrança era mensal e duradoura”, afirmou Schoucair.

As descobertas foram feitas depois de uma colaboração dos empresários envolvidos no esquema, no ano passado. Na operação, as forças de segurança apreenderam contrato de imóveis, aparelhos celulares, pen drives, recibos e cheques. “Essa documentação reforça tudo o que foi dito pelo colaborador”, completou o promotor.

Ainda segundo o MP-BA, cerca de R$ 20 milhões foram desviados pela antiga gestão da prefeitura de Santo Amaro, por meio de aquisição fraudulenta de material de construção, aluguel de máquinas e veículos, e em licitações de obras públicas.O MP-BA não revela o nome dos acusados por causa do sigilo da investigação. 

​Por meio de colaboração premiada, homologada pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) em 2016, foi possível ainda descobrir novos desvios milionários através de fraudes na aquisição de combustível junto à RL Derivados de Petróleo e na contratação do serviço de limpeza pública junto à empresa MRC Construções, que possui atuação nos municípios investigados.

A reportagem do CORREIO procurou a prefeitura de Muritiba para obter um posicionamento sobre as acusações, mas não houve resposta. A antiga gestão do município de Santo Amaro, que era admistrada pelo prefeito Ricardo Machado (PT), também não respondeu. No entanto, o presidente do Partido dos Trabalhadores da Bahia (PT-BA), Everaldo Anunciação, disse que espera que a investigação seja justa e com provas concretas. "Quem tiver cometido irregularidade, tem que pagar. Nós esperamos que as investigações sejam justas, porque sentimos que a Justiça tem se voltado de forma precipitada contra o PT", afirmou.