Ação em comemoração ao Dia do Escritor espalha livros na Estação da Lapa

O projeto "Esqueça um Livro e Espalhe Conhecimento” espalhou livros no terminal e no Parque da Cidade

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  • Nilson Marinho

Publicado em 25 de julho de 2017 às 21:40

- Atualizado há um ano

Eles ficaram espalhados por vários pontos da Estação da Lapa, eram cerca de 200 no total. Estavam nos bancos dos pontos de ônibus, dentro dos coletivos e no chão do terminal a espera de um novo dono. A intenção era que quem os encontrassem pudessem passar adiante. Afinal, o conhecimento de um livro deve ser compartilhado com todos. Livros foram "esquecidos" durante ação(Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO)No Dia do Escritor, comemorado nesta terça-feira (25) a Fundação Gregório de Matos (FGM) resolveu participar de um ação nacional, onde os participantes deveriam esquecer um livro em algum ponto da cidade. A intenção do evento "Esqueça um Livro e Espalhe Conhecimento” era que os livros esquecidos fossem achados por outras pessoas.

A escolha do local para a realização da ação não foi à toa, já que na Lapa transitam cerca de 430 mil usuários por dia. Foi uma forma de fazer com que a literatura alcançasse o número máximo de pessoas, como explica Jane Palma, gerente de Biblioteca, Livro e Leitura da FGM. "É um espaço onde um grande volume de pessoas vão e voltam todos os dias. As pessoas, às vezes, precisam muito de uma iniciativa como essa para ter acesso ao mundo da leitura e nossa ação proporcionou esse contato", explica a gerente.

Entre os livros esquecidos estavam os do Selo João Ubaldo Ribeiro, publicados pela própria fundação, além de outros exemplares que foram desde os clássicos da literatura brasileira até as mais modernas revistas em quadrinhos. Todos doados pelo colaboradores da FGM e dos parceiros da ação, como o Serviço Social do Comércio (Sesc), a Fundação Cidade Mãe, a Santa Casa de Misericórdia, o Projeto Dom Quixote (Ufba), o projeto Livres Livros, a Editora Quarteto e a Rede de Bibliotecas Comunitárias de Salvador. (Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO)Para se certificar de que o livros foram realmente encontrados e compartilhados, os organizadores deixaram um bilhete em todos os exemplares. Neles, havia um pedido para que os usuários publicassem fotos e relatos em suas redes sociais com as hashtags #aFGMesqueceu1livro e #esqueçaumlivro. Mas, sem esquecer, é claro, de passar adiante a ideia. 

O achadoA princípio o aposentado Edson Bispo, 58 anos, estranhou. Não imaginava que os exemplares largados no chão da Lapa estivesse ali disponíveis para quem quisesse pegar. Para se certificar de que não estava levando o livro de um outra pessoa pra casa, resolveu ir até um dos 130 participantes da ação e pedir um. Ficou surpreso com esse tipo de iniciativa no local. "Eu não imaginava que esse evento fosse acontecer aqui. É muita correria e as pessoas andam muito apressadas. Levei para casa dois. Inclusive doei um para uma amiga para dar continuidade a ideia", conta.(Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO)A ação também aconteceu no Parque da Cidade, onde os organizadores do Projeto Livres Livros esqueceram 150 exemplares. Por lá eles já promovem encontros com autores, fazem contação de histórias, realizam palestras e oficinas gratuitas.

A campanha começou em abril de 2013, em São Paulo, depois que o jornalista Felipe Brandão decidiu esquecer os livros em alguns pontos da capital paulista. A ideia foi inspirada no conceito de BookCrossing, criado nos Estados Unidos no começo dos anos 2000. O movimento combina leitura e urbanidade, gerando um efeito em cadeia em favor do acesso à leitura.