Acusado de estupro é preso dentro da sede do sindicato dos policiais civis

Fábio Barreto foi condenado a 11 anos de prisão pela vara de Ilhéus

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  • Gil Santos

Publicado em 7 de novembro de 2018 às 10:41

- Atualizado há um ano

. Crédito: SSP-BA informou que homem apresentou documento falso na hora da prisão - Foto Divulgação SSP/BA

Um homem identificado como Fábio Santos Barreto, 36 anos, foi preso na sede do Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (Sindpoc), no bairro da Piedade, em Salvador, na tarde desta terça-feira (6). A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que ele é integrante do sindicato, mas não soube informar o cargo. Já o Sindipoc nega que o homem tenha vínculo com a instituição. A SSP destacou que 'as informação dos investigadores é de que prestava serviços' no sindicato.

Segundo a SSP, Fábio estava com mandado de prisão em aberto por estupro de vulnerável, pela Vara de Ilhéus. Ele foi condenado a 11 anos de prisão pelo crime que aconteceu em 2012. A polícia disse também que durante a prisão Fábio apresentou um documento falso com o nome de Marcos, além de portar carteira de um militar da Marinha. Prisão aconteceu na Rua da Forca, na sede do Sindipoc (Foto: Arquivo CORREIO) O presidente do Sindpoc, Marcos Maurício, informou que Fábio trabalhou de forma voluntária para a campanha dele para o Senado, este ano, e que depois do pleito o vínculo entre eles se desfez.“Conheci ele durante a campanha de outros políticos e ele trabalhou na minha campanha para o Senado de forma voluntária. Ele nunca teve vínculo com o sindicato. Não é meu assessor, nem meu motorista. Ele não tem nem habilitação. Também não é meu segurança como estão dizendo. Sou policial e ando armado”, comentou.Marcos Maurício alega que está sendo vítima de perseguição política. No próximo sábado (10) haverá votação para a escolha da nova chapa do sindicato e o atual presidente apoia o vice para o cargo. Segundo Maurício, os policiais do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP) que realizaram a prisão fazem parte da chapa concorrente e estão tentando vincular a imagem do preso a imagem do sindicato.

“Esse rapaz é vendedor ambulante e trabalha na Piedade, em frente à sede da Polícia Civil, e nunca prenderam ele. Esperaram ele entrar no sindicato para realizar a prisão. Os policiais que prenderam ele estavam com a camisa da chapa 3. Essa é uma questão política. Tive quase 40 mil votos na eleição para o Senado e eles estão com medo que a gente ganhe a eleição de sábado. Nós apontamos os erros do governo e cobramos soluções, e isso incomoda”, disse.

Marcos Maurício contou que estava a caminho do sindicato na tarde desta terça-feira quando encontrou com Fábio na Rua da Forca. Os dois começaram a conversar e seguiram andando para o 8º andar do  Edifício Barão de Cotegipe, onde funciona a instituição, quando foram surpreendidos pelos policiais. Fábio pediu o celular de Maurício para ligar para a esposa e depois foi levado pelos investigadores.

A SSP não comentou as acusações de perseguição e informou que ainda não sabe se o preso será levado para audiência de custódia, em Salvador, ou transferido para Ilhéus, onde deverá cumprir a pena em regime fechado.