Adriana Esteves diz ter orgulho de Renascer e que aprendeu com críticas

Novela de 1993 entra no catálogo do Globoplay a partir desta segunda (11)

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  • Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2021 às 17:25

- Atualizado há um ano

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Interpretar Mariana, a jovem disputada por pai e filho —José Inocêncio (Antonio Fagundes) e João Pedro (Marcos Palmeira)— na novela Renascer, não foi um trabalho fácil para Adriana Esteves, que tinha 22 anos e despontava na emissora como a "nova namoradinha do Brasil" — título que antes pertencia a Regina Duarte.

Alvo de muitas críticas por sua atuação na trama de Benedito Ruy Barbosa, a atriz teve depressão e se afastou da TV por dois anos. Hoje, 28 anos depois, com uma carreira consolidada e cheia de sucessos —como Carminha, de Avenida Brasil (2012), Thelma, de Amor de Mãe (2020-2021), e Catarina, de O Cravo e a Rosa (2000)— a atriz fala com orgulho da sua participação em Renascer, mesmo admitindo que Mariana foi uma "personagem dificílima".

De fato, a jovem tinha um caráter dúbio, o que causou estranheza com o público. Ela estava longe da mocinha tradicional, mas também não chegava a ser uma vilã. Neta de Belarmino (José Wilker), Mariana se aproxima de José Inocêncio com o intuito de se vingar da morte do avô. Ela, porém, se apaixona pelo fazendeiro, o que piora a relação já deteriorada do pai com o caçula, João Pedro, que também gosta dela.

"Tive que me dedicar muito para dar conta do enorme desafio. Mas acho que consegui. Aprendi muito com esse trabalho", diz. "'Renascer' é uma das novelas mais lindas que já vi. É uma honra imensa ter sido tão jovem protagonista dela", completa. A história poderá ser revista a partir de segunda (11), quando entra no catálogo do Globoplay.

Hoje, ao relembrar Renascer, Adriana destaca recordações positivas como o encontro que teve com Marco Ricca, com quem ficou casada por 10 anos e teve o seu primeiro filho, Felipe —na trama, o ator fez o papel de José Augusto, primogênito de José Inocêncio.

Adriana salienta também a parceria com Marcos Palmeira e ter feito "amizades tão sólidas" como com Tarcísio Filho, que fez José Bento, segundo filho do patriarca. "Foi uma novela altamente poética, e minha personagem foi riquíssima para mim", acrescenta.

Ela destacou ainda a importância de ter sido dirigida por Luiz Fernando Carvalho, com quem já tinha trabalhado no ano anterior em Pedra sobre Pedra: "Ele me ensinou a procurar um olhar aprofundado, despertou em mim a paixão por criar as minhas personagens."

Veja entrevista com Adriana Esteves:

Qual a principal lembrança que você tem de Renascer? Acho que uma das grandes lembranças é a linda parceria com meu grande amigo Marcos Palmeira. A outra, sem dúvida, foi ter feito amizades tão sólidas como com Tarcisinho, além do encontro com Marco Ricca, que resultou num lindo casamento de dez anos e um filho incrível, hoje com 21 anos, Felipe Ricca.  Como era trabalhar em uma novela dirigida por Luiz Fernando Carvalho? Luiz Fernando Carvalho foi muito importante em minha formação como atriz. Antes de Renascer ele havia me dirigido em Pedra Sobre Pedra, novela de Aguinaldo Silva. Ele me ensinou a procurar um olhar aprofundado, despertou em mim a paixão por criar as minhas personagens.  Como Renascer marcou a sua carreira?  Renascer foi uma novela linda, num ambiente baiano. Passamos muito tempo gravando e morando em Ilhéus. A novela tinha elenco e equipe de muitos craques. Uma novela altamente poética, e minha personagem foi riquíssima para mim. Diferente de todos os trabalhos urbanos que já haviam me dado.  Você acredita que amadureceu profissional e pessoalmente nesse trabalho? O que mais aprendeu com essa personagem? Essa personagem foi dificílima para mim na época. Tive que me dedicar muito para dar conta do enorme desafio. Mas acho que consegui. Aprendi muito com esse trabalho. Assim que ele acabou, fui fazer teatro com Gabriel Villela, Maria Padilha, Marcelo Escorel. Fizemos uma grande turnê com A Falecida, de Nelson Rodrigues. E posso dizer que o que me fez querer me jogar nessa aventura teatral foi a necessidade de vida na arte. E foi a novela Renascer que despertou em mim essa necessidade.  Muitas novelas estão sendo revisitadas no momento. O que você destacaria em Renascer como um atrativo para o público que não conheceu a novela quando foi exibida originalmente? Renascer é uma das novelas mais lindas que já vi. É uma honra imensa ter sido tão jovem protagonista dela.  Seu último trabalho, Amor de Mãe, acabou de ser indicado ao Emmy Internacional. Como é para você como protagonista da história receber essa indicação que, aliás, não é a primeira em sua trajetória? O Emmy só me traz felicidade! Tenho duas indicações como atriz, por Dalva e Herivelto e Justiça; e duas indicações para novelas que protagonizei, Avenida Brasil e Amor de Mãe. Essas indicações dão muito orgulho dos trabalhos que fazemos no Brasil. Tenho honra de ser uma atriz brasileira.