Ainda não sabemos o que aconteceu, diz presidente da Vale; sete corpos foram achados

Cerca de 300 pessoas trabalhavam no local no momento do acidente; 200 pessoas estão desaparecidas

Publicado em 25 de janeiro de 2019 às 19:06

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: AFP

O presidente da Vale, Fábio Schvartsman, disse hoje (25) que a maioria das vítimas, do rompimento da barragem, em Brumadinho, nos arredores de Belo Horizonte, é de funcionários da empresa. Ele disse que a Vale buscou tomar providências para garantir mais segurança às barragens, ampliando uma série de ações, como a execução de fiscalização periódica, revisões realizadas por empresas estrangeiras e auditorias externas, além de implantação de sirenes.

"Nós ainda não sabemos o que aconteceu. Ainda é muito cedo para termos essa informação", disse o presidente, ao ser questionado sobre as causas do acidente. Avimar de Melo (PV), prefeito de Brumadinho, disse em entrevista à Globonews que já foram encontrados sete corpos entre os rejeitos da barragem.

Segundo o presidente, cerca de 300 pessoas trabalhavam no local no momento do acidente. De acordo com ele, aproximadamente 100 pessoas foram localizadas. Schvartsman disse que a empresa montou um gabinete de crise e presta assistência às vítimas.

Schvartsman acrescentou que até o momento não é possível mensurar o número de vítimas porque houve um soterramento. Ele afirmou ainda que a barragem estava inativa, pois há mais de três anos não opera, ou seja sem receber resíduos.

“Nós não pouparemos esforços, nós temos um gabinete de crise montado, nós mobilizamos todas as ambulâncias na região, aproximadamente 40”, disse o presidente da Vale. “Estamos complementando tudo aquilo que os hospitais públicos são capazes de atender. Estamos fazendo um esforço grande de assistência social, inclusive com a presença de psicólogos”.

Vídeo O presidente da mineradora Vale recorreu às redes sociais para se posicionar sobre o rompimento de uma das barragens da Mina do Feijão. Com tom de extrema tristeza e de solidariedade às vítimas, o executivo ressaltou seu sofrimento com o acidente e pediu desculpa à população."Não tenho palavras para descrever o meu sofrimento, minha enorme tristeza, meu desapontamento com o que acaba de acontecer É algo além, acima de qualquer coisa que eu pudesse imaginar. Quero dizer da minha solidariedade, que a Vale inteira vai fazer o que for possível para ajudar as pessoas atingidas. É algo que me dói a alma. Tudo o que eu não queria na minha vida é que algo do gênero acontecesse", afirmou, num vídeo de pouco menos de dois minutos, divulgado por volta das 19h.O Ministério de Minas de Energia informou ter tomado conhecimento do rompimento da barragem às 13h. O pronunciamento do presidente da mineradora demonstra postura diferente da adotada há cerca de três anos, quando ocorreu o primeiro rompimento de barragem, o de Mariana, em Minas Gerais. Na época, a empresa foi muito atacada pela demora do então presidente da companhia, Murilo Ferreira, em se posicionar sobre o acidente. A mineradora também foi criticada por demonstrar mais preocupação com as repercussões jurídicas do rompimento do que com os prejuízos à população. Dessa vez, no vídeo divulgado hoje, Schvartsman afirmou que a Vale estava tomando todas as providências técnicas necessárias para evitar que novo vazamento acontecesse e que os estragos provocados em Mariana se repetissem. "A Vale é uma empresa muito séria. A gente fez um esforço imenso do ponto de vista de deixar nossas barragens na melhor condição possível. Usamos toda tecnologia, especialmente depois de Mariana. É uma lista infindável de ações que foram tomadas do ponto de vista de garantir a estabilidade e a segurança dessas barragens", disse. Ao fim do vídeo, o executivo retomou o tom humanista e voltou a se desculpar com os atingidos e população em geral."Infelizmente, o rompimento aconteceu. Isso é indesculpável, mas mesmo assim peço desculpas a todos os atingidos, a toda sociedade brasileira, e quero dizer que não mediremos esforços para enfrentar essa questão da forma como ela tem que ser enfrentada", complementou.Assista: