Ajudante de pedreiro é baleado por PMs durante pagode no Rio Vermelho

Amigos relatam que polícia chegou atirando no local

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  • Nilson Marinho

Publicado em 16 de janeiro de 2018 às 09:47

- Atualizado há um ano

Um ajudante de pedreiro foi baleado na nádega na noite deste domingo (14) depois de sair de casa para conversar com um amigo na Praça da Ceasa, na Chapada do Rio Vermelho. Leonardo Plínio, 30 anos, estava na companhia de um adolescente quando foi alvejado. 

De acordo com o boletim de ocorrência do posto da Polícia Civil do Hospital Geral do Estado (HGE), era por volta das 23h quando policias foram acionados até o local depois de receber uma denúncia de que na região estaria acontecendo um pagode no estilo partido alto onde havia homens armados comercializando drogas e efetuando disparos. 

Ainda de acordo com o boletim, ao chegar no local, os policias encontraram Leonardo baleado. Ele foi socorrido pelos policiais e encaminhado para o HGE. No entanto, segundo uma vizinha da vítima, os policiais chegaram no local atirando sem direção. No momento do crime, Leonardo tinha acabado de chegar na praça para conversar com o amigo. 

Excursão A doméstica e amiga da família conta que o ajudante de pedreiro havia chegado de uma excursão com vizinhos e que, logo em seguida, já por volta das 22h, resolveu sair para encontrar o amigo na praça que fica a poucos metros da sua casa. 

"Um amigo dele chegou chamando e ele resolveu sair. A mãe, preocupada com o horário, pediu para que ele ficasse em casa. Quando ele chegou na praça, os policias já entraram atirando, sem perguntar quem era", afirma a doméstica. 

Ainda segundo ela, depois de ser alvejado, os policias arrastaram o ajudante de pedreiro para um beco de chão batido. "Eles arrastaram no chão onde tem várias britas. Ele ficou muito ferido nas pernas", acrescenta a doméstica. 

A vítima, de acordo com ela, tem duas filhas e não tem passagem pela polícia. "Estava acontecendo o partido alto, mas em outra rua, ele não estava participando. Foi um absurdo o que fizeram", lamenta. 

A doméstica relata ainda que Leonardo foi colocado no fundo do carro da polícia e a mãe foi impedida de acompanhar o filho. "Nós entendemos o papel da polícia de nos proteger mas isso não pode continuar acontecendo. Eles entraram parecendo que estavam brigando com o mundo todo. As brocas feitas pelas balas estão lá, uma maior que a outra", reclama a doméstica. 

Leonardo foi submetido a uma cirurgia nesta segunda (15) e está consciente aguardando alta médica na enfermaria da unidade de saúde. A Polícia Militar foi procurada para comentar a denúncia dos amigos do ajudante de pedreiro, mas informou não saber sobre o assunto. "A 40ª CIPM, unidade responsável pelo policiamento na região da Chapada do Rio Vermelho, não foi acionada para atender a referida ocorrência", destacou a PM, em nota.