Alcymar Monteiro experimenta rap e 'forró percussivo' com Olodum, em novo CD

O disco foi encartado junto ao Jornal CORREIO nesta terça-feira (23)

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  • Kalven Figueiredo

Publicado em 23 de abril de 2019 às 05:35

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

Em sua terceira parceria com o CORREIO, o forrozeiro, Alcymar Monteiro, encarta hoje seu mais novo disco junto ao jornal. Com o nome de Sanfonia, o material conta com 13 faixas entre canções inéditas e releituras de sucessos que sempre estiveram no repertório do músico. Let Me Sing, Let Me Sing de seu maior ídolo, Raul Seixas, e Galos, Noites e Quintais, de Belchior são alguns dos destaques apontados pelo forrozeiro; além de uma inédita parceria com o Olodum que mistura xote e percussão. 

Para o cearense, lançar álbuns junto ao Jornal é uma forma de estar mais perto do público e incentivar a mídia física que há um tempo tem enfrentado dificuldades na indústria."É uma maneira de não deixar que o CD morra, porque ele anda meio dodói já. E quando você coloca um trabalho desse com um jornal do porte do CORREIO é uma maneira de se renovar junto ao público", defende. E por falar em mídia física, Alcymar é um grande incentivador já que, segundo o artista, este é o seu centésimo sexto lançamento entre CDs, DVDs, Blu-Rays e LPs. Em seu novo trabalho não poderia ser diferente de algo tradicionalmente nordestino, exatamente como o intérprete. 

Foram necessários seis meses de trabalho intenso para que Sanfonia se constituísse. O curioso nome faz referência à música Enciclopédia Nordestina. “Eu tava procurando um título que tivesse algo de referência com a sanfona e eu me lembrei dessa música que eu fiz há muito tempo atrás. Nessa música eu rimei sanfonia com sintonia e resolvi que seria um bom nome para o CD, que no fundo é uma orquestra sanfonica”, revela Alcymar.

Embora tenha apego à mídia física, garante que se mantém atualizado às novidades de sua profissão e principalmente às novas gerações de artistas. Para ele existe um segredo para o artista se permitir experimentar sem deixar de manter uma unidade em seu trabalho: “Eu busco me manter atualizado, mas eu busco não me traduzir e nem me trair. Porque preciso me manter fiel a minha música Gonzaguiana e Jacksoniana”, disse fazendo referência a Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro.  O Olodum assina a faixa Nordestino Como Eu, junto ao forrozeiro (Foto: Evandro Veiga / CORREIO) Em uma de suas experimentações e inovações, o autointitulado rei do forró saiu de sua zona de conforto e convidou o Olodum para uma parceria inusitada. A faixa Nordestino Como Eu é um xotezinho que se mistura à percussão e um berimbau bem marcado. A letra exalta a Bahia como o berço do país, sem deixar de lado o nordeste, suas grandes contribuições para a cultura brasileira e seus famosos filhos: Jorge Amado, Carybé e Lampião. 

Ainda experimentando, o forrozeiro conseguiu encaixar a canção Assim Falava seu Luiz, na qual ele se arrisca em um break de rap marcado pelo tradicional triângulo do Forró. A música reflete sobre as divergências entre forró verdadeiro e o “Forró safado/Mal tocado/Mal cantado/forró falsificado”. “Eu acho que você não pode viver de passado, mas não deve renegá-lo também. Porque quem não tem passado, não tem presente nem futuro. E nessas fusões que eu faço eu mostro que a música pode ser melhorada em todos os níveis”, pontua o forrozeiro. O artista experimenta ainda nas releituras que faz, a exemplo da canção Galos, Noites e Quintais de Belchior; na qual ele mistura instrumentos de corda, sanfona e côro. Para ele a graça está nestas experimentações e mesclagens de matrizes diferentes.  “Porque é quando fundimos essas matrizes com sonoridades urbanas que nós conseguimos atingir o popular”, afirma.