Alice e Peter Pan são irmãos em novo filme de Angelina Jolie

Os personagens clássicos integram uma família inter-racial, com um pai negro e uma mãe branca

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  • Roberto Midlej

Publicado em 3 de junho de 2021 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: fotos: divulgação

Já imaginou se os clássicos personagens Alice e Peter Pan fossem irmãos e vivessem em uma família inter-racial? Pois a estreante roteirista Marissa Kate Goodhill imaginou e apresentou a história à diretora Brenda Chapman, que faz sua estreia em live-action (filmes com atores "reais", em vez de animação) com o longa Alice & Peter: Onde Nascem os Sonhos. Brenda já havia dirigido animações como Valente (2012) e O Príncipe do Egito (1998). O primeiro, dos estúdios Disney, venceu o Oscar de melhor animação, tornando-se assim a primeira produção do gênero dirigida por uma mulher a levar o troféu. Angelina Jolie e David Oyelowo (Foto: Divulgação) Para protagonizar o filme, e para levantar a bandeira da diversidade, a diretora escolheu uma atriz branca e um ator negro para viverem os pais das crianças: Angelina Jolie e David Oyelowo. A diretora comentou a escolha em entrevista ao canal The Wrap, no YouTube: "Quando li o roteiro, pensei da mesma forma que a maioria das pessoas: um elenco formado por atores brancos, especialmente na Inglaterra, onde se passa o filme. Mas o responsável pelo elenco me deu nomes que poderiam trabalhar no filme e David estava na lista. E parei pra prestar atenção, porque amo David e poderia trabalhar com ele. Pensei no roteiro, na história e disse: 'por que não?'. E David tem uma família interracial. Então, ele leu o roteiro e pensou em Angelina, porque ela também tem filhos interraciais"

Onde Nascem os Sonhos se passa antes das conhecidas histórias de Alice no País das Maravilhas e Peter Pan. Depois que a criança mais velha de uma família morre num trágico acidente, Alice e Peter, mesmo muito novos, se veem no dever de proteger os pais do luto e do desespero. Para isso, eles recorrem à imaginação e começam a criar o cenários de suas futuras jornadas. "Colocar Alice e Peter Pan juntos parecia não fazer sentido, mas o filme mostra que os sonhos não devem ser exclusividade das crianças. Mesmo adultos, precisamos levar nossos sonhos adiante, porque é isso que nos faz enxergar além de qualquer limite", diz David Oyelowo, que é também um dos produtores do filme.

Brenda Chapman concorda com o ator: "Os adultos não lidam com a imaginação como as crianças fazem. E se fizessem isso, as coisas seriam diferentes".

"Aqueles pais amam muito seus filhos, mas estão passando por um momento muito difícil. Normalmente, os pais que apoiam os filhos em momentos difíceis, mas neste filme é a imaginação das crianças que socorre os pais e os tira da beira do precipício. E é maravilhoso ter um ponto de vista diferente num filme para a família", acrescenta David.

Mais Diversidade

Está começando junho, mês do orgulho LGBTQIA+, e a diversidade sexual está representada nas telas com o filme Verão de 85, do francês François Ozon (Graças a Deus e O Amante Duplo), que em Salavdor porde ser visto no Espaço Glauber Rocha de Cinema. O longa é baseado num romance juvenil do escritor inglês Aidan Chambers, que Ozon leu nos anos de 1980, e pelo qual se apaixonou na época.  Félix Lefebvre e Benjamin Voisin “Não pensava nisso até agora, porque a verdade é, mais do que qualquer outra coisa, eu queria ver esse filme como cinéfilo. Eu tinha certeza de que alguém faria a adaptação – um diretor americano! Mas, para minha surpresa, isso nunca aconteceu”, revela Ozon.

O filme conta a história de Alex (Félix Lefebvre), de 16 anos, que passa as férias na Normandia, e acaba salvo por David (Benjamin Voisin), de 18 anos, e que se torna uma espécie de o amigo com quem sempre sonhou. Para recriar a atmosfera dos anos 1980, Ozon decidiu filmar em película, ao contrário do que predomina hoje, que é o formato digital. Verão de 85 foi indicado a 12 categorias no mais importante prêmio do cinema francês, o César, incluindo filme, direção e ator. Foi também selecionado para o Festival de Cannes, que, mesmo não tendo ocorrido por causa da pandemia, divulgou os selecionados.

Glauber Rocha

O Espaço Itaú Glauber Rocha de Cinema, na Praça Castro Alves, será reaberto hoje. O funcionamento dos cinemas já estava autorizado pela prefeitura desde 11 de maio, mas somente os cinemas dos shoppings haviam sido reabertos. "Acho que a imensa maioria está ansiosa pelo retorno, que não se dará, plenamente, agora. A retomada, nesse momento, será cautelosa e aos poucos", diz Cláudio Marques, sócio do Glauber Rocha. 

Por isso, a maioria dos filmes em cartaz ali tem apenas duas sessões diárias. Estão sendo exibidos os títulos Cruella, Alvorada, Verão de 85, Alice & Peter: Onde Nascem os Sonhos, Cine Marrocos e Invocação do Mal 3. 

Cláudio diz que, por questões sanitárias, decidiu não colocar alimentos à venda. "Acreditamos que o nosso maior trunfo é que as pessoas irão ao cinema para ver filmes, sobretudo. Ou seja, estarão em silêncio e sempre distantes dos demais". O empresário acredita que, mesmo com a popularização do streaming neste período de pandemia, as salas de cinema ainda sobreviverão: "Já tive muito receio quanto ao futuro do cinema, mas não duvido mais que a necessidade de sua existência, tanto artística quanto comercial, irá prevalecer".

O Circuito Saladearte, que também tem salas fora de shoppings, permanece fechado. No mês passado, o grupo emitiu um comunicado afirmando que considerava prudente aguardar "a expansão da vacinação e a consequente estabilização do quadro da pandemia" antes da retomada das atividades.