Allan Delon, nós te devemos um sincero pedido de desculpas

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Publicado em 27 de setembro de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Viáfara, Apodi, Gabriel Paulista, Anderson Martins e Leandrinho; Vanderson, Fernando, Ramon e Escudero; Marinho e Neto Baiano. Técnico: Carpegiani, por diferença de 1 ponto percentual em relação a Vagner Mancini. Esta foi a seleção do Vitória nos anos 2000 montada pelos leitores do CORREIO, após enquete publicada em nosso site durante uma semana. E agora venho a público para emendar um sincero pedido de desculpa direcionado a uma só pessoa: Allan Delon.

O meia é a maior injustiça de uma lista que, por essência, sempre será injusta. Porque escalar 11 implica em deixar no banco outros tantos que marcaram época, como Índio, Nadson, Leandro Domingues, Dudu Cearense, David Luiz, Adailton e Wallace. Mas Allan Delon não poderia ter sobrado. 

A ausência pode ser explicada pela pouca idade, pela memória curta ou até mesmo por uma danada ingratidão dos nossos torcedores eleitores, que preferiram Escudero. Este um jogador de boa técnica, inteligência, noção tática, xodó da torcida e que passou no clube já na era das redes sociais e seu alcance amplificado. O argentino é dos bons, mas não fez, ênfase nisso aqui, nem metade do que Allan Delon realizou com a camisa do Vitória. Nem metade.

Quer título? Revelado na Toca, Allan Delon jogou no Leão até 2004, quando tinha 25 anos, e ganhou quatro vezes o Baiano (99, 2000, 2002 e 2003) e três vezes a Copa do Nordeste (97, 99 e 2003). Note a importância: três dos quatro títulos da Copa do Nordeste que o Vitória tem foram sob a batuta dele. E os três mais difíceis e empolgantes, porque o de 2010 foi aquele em que o regional estava voltando após sete anos e tanto o Vitória quanto outros times usaram jogadores reservas - não estou contando o Troféu José Américo de Almeida Filho, conquistado em 1976, que é um título regional, mas a CBF não reconhece como equivalente ao Nordestão.

Quer gol? Allan Delon foi o maior artilheiro do Barradão até 2010, com 40. Depois foi ultrapassado por Ramon (44) e por Neto Baiano, o maior goleador atual, com 53. Tinha arranque, habilidade, batia falta com categoria e chutava com classe. Ao lado de Viáfara e Ramon, forma o trio que deveria ser “hors concours” nesta votação.

Seleção tricolor

A seleção do Bahia de 2000 pra cá tem Emerson, Daniel Alves, Paulo Miranda, Titi e Ávine; Renê Júnior, Preto, Talisca e Zé Rafael; Nonato e Robgol. Técnico: Evaristo de Macedo, que por razões óbvias é associado ao Brasileiro de 1988, mas também foi o treinador tricolor na conquista da Copa do Nordeste de 2001. No tricolor, também há indícios de pouca idade ou memória curta dos eleitores.

Na cota de ausências notáveis está Jorge Wagner, preterido por Zé Rafael por uma diferença de apenas dois pontos percentuais. Também ficaram de fora Sérgio Alves - autor do gol mais incrível da Fonte Nova -, Fernandão, Robert, Geraldo, Jefferson, Jean Elias, Jean Witte e Bebeto Campos. Este último, como disputou na categoria segundo volante, teve Preto como principal concorrente. Teria lugar no time se concorresse com Renê Júnior, o primeiro volante mais votado. 

E você, já escalou seu time? Quem ganharia esse hipotético Ba-Vi?

Herbem Gramacho é editor de Esporte e escreve às quintas-feiras