Alok diz que vai fundar um instituto social com lucro de game

Em live do CORREIO, DJ conversou com Joca Guanaes

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  • Roberto Midlej

Publicado em 2 de setembro de 2020 às 06:08

- Atualizado há um ano

. Crédito: reprodução Instagram

Os fãs baianos conhecem o som dele muito bem, afinal é um dos artistas que mais têm se apresentado por essas terras ultimamente, em festas como o Réveillon da Virada, Festival de Verão e no Carnaval. Mas ontem foi a vez de seus admiradores conhecerem um pouco mais a história de vida de Alok, que participou da live Segundou, no Instagram do CORREIO, comandada por Joca Guanaes e que, excepcionalmente, aconteceu  na terça-feira.

O DJ de 29 anos - que no ano passado foi apontado como o 11º melhor do mundo pela revista especializada DJ Mag - falou sobre espiritualidade, solidariedade e os planos de ter um instituto, que já começou a ser desenvolvido.“Nosso objetivo nessas lives é trazer quem faz a diferença pra sociedade. E pessoas como você têm o nome chamado 'luz' [esse é o significado de Alok, em sânscrito] e é luz que as pessoas precisam neste momento de escuridão. Por isso queria muito que você viesse fazer esta live”, disse Joca.“Alok significa luz e também é 'fora deste mundo'. Quando fiz a live na Globo, eu tinha acabado de ter o Ravi e fiquei mais tempo em casa e vi tanta notícia trágica e aquilo começou a me contaminar. Eu me perguntava como podia emanar luz para as pessoas. O laser que foi emitido na live foi para materializar aquele sentimento que eu tinha de emanar luz. Então rolaram vários memes na internet, como se aliens estivessem chegando”, lembrou o artista.

Depressão Alok lembrou também das crises de depressão que sofreu - uma delas ainda criança, aos nove anos - e como elas o motivaram a fazer algo pelos outros. “Depois que tive grana, popularidade e fama, me perguntei: 'será que é esse o sentido da vida?' Então, passei a achar que minha vida tinha perdido o sentido, porque já tinha alcançado tudo isso”.

Ele se emocionou ao lembrar que esteve em Moçambique e conheceu uma senhora que amarrava o estômago para não sentir fome.“Ela disse que estava orando a Deus para que alguém a salvasse. Percebi que eu é que era miserável e que ela naquelas circunstâncias tinha muito mais fé que eu”.Em 2018, Alok sobreviveu a um acidente de avião, quando fazia a segunda viagem em sua aeronave particular. “Aquilo foi um milagre e contrariou as leis da física. O anjo da guarda tava lá e me deu uma nova chance. Aquilo foi o reforço de uma valor muito importante que é o aqui e agora”.

Instituto O DJ se prepara para lançar um instituto com o lucro que teve na participação no game Free Fire, em que ele é personagem. “É um recurso astronômico e não quero esse dinheiro pra mim. Vou usar para doação, mas se for doação, vai ser ‘preguiçosa’. Então, vou fazer investimentos sociais”. Alok fez muitos elogios ao médium baiano Divaldo Franco e se comprometeu a fazer doações à Mansão do Caminho, criada pelo líder espírita.

Alok comentou também as críticas  por fazer um trabalho popular, apresentando-se em festas não destinadas ao público da música eletrônica.“Sou livre e não posso me limitar. Antes, eu apontava o dedo para DJs que tocavam coisas muito comerciais. Eu era muito underground. Mas fui me libertando dos meus julgamentos e assim me libertei dos julgamentos dos outros”. Ele lembrou que seu maior sucesso, Hear Me Now, é executado em festas de axé e de música sertaneja. “Minha música começou a chegar nesses lugares. Hoje, muita festa sertaneja tem DJ. Mas quando vou à Universo Paralelo [festa de música eletrônica], não toco Hear Me Now lá. Meu propósito é levar luz e alegria. A crítica não me afeta mais”.