Amigos de estudante mineiro que morreu afogado aguardam chegada da família

Samuel Lacerda de Castro, 40 anos, morava em uma pousada no Alto da Sereia

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  • Alexandre Lyrio

Publicado em 19 de setembro de 2018 às 19:47

- Atualizado há um ano

Uma comunidade de 13 pessoas, a maioria estudantes, no Alto da Sereia, Rio Vermelho, está em choque. O amigo mineiro Samuel Lacerda de Castro, 37 anos, morreu afogado ao entrar no mar da Praia da Paciência, bem ao lado da comunidade, onde todos moram em uma pousada. Agora, eles aguardam a chegada da família do rapaz para liberar o corpo no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR).

"Estamos chocados. Não esperávamos que um de nós morresse assim. O sentimento é de impotência. A família dele já foi informada e está chegando em algumas horas", afirmou Mateus Barros, também estudante. 

Samuel era estudante de oceanografia da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e morava em Salvador há quatro anos. Largou tudo em Belo Horizonte para morar no Alto da Sereia. Quase que diariamente ia à Praia da Paciência fazer atividade física e meditar.  "Era um cara super tranquilo, zen. Muito alegre e gostava de festas". O amigo informou que Samuel conhecia os riscos de entrar no mar da Paciência. "É um mar muito agitado. Ele sabia dos riscos e estava acostumado". 

Resgate Outro amigo de Samuel ainda tentou resgata-lo e também se afogou. Ambos receberam os primeiros socorros do 13º Grupamento de Bombeiros Militares/Gmar e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas Samuel não resistiu. No momento do afogamento, não havia salva-vidas na praia. Na verdade, denuncia a comunidade, em nenhum horário ou dia da semana tem salva-vidas na Paciência.

"Essa é uma praia muito frequentada. Tem muita criança, inclusive. Mesmo assim, nunca tem salva-vidas", reclamou uma vizinha da pousada, que preferiu não se identificar. "Na verdade, volta e meia morre alguém na Praia da Paciência. Todo ano é um ou dois. Dessa vez, foi um de nós. A gente nunca espera, né?", lamentou Mateus.

O CORREIO procurou a assessoria do Corpo de Bombeiros e aguarda posicionamento sobre a falta de salva-vidas. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou que a família do rapaz se dirige para Salvador com um documento com impressão digital para que seja realizado o reconhecimento e liberação do corpo.