Aos 41 anos, Falcão, o rei do futsal, vai descansar sua coroa merecidamente

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  • Miro Palma

Publicado em 7 de dezembro de 2018 às 05:04

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É inegável que, quando o assunto é bola nos pés, nós somos os melhores do mundo. Toda a realeza saiu daqui e ninguém nos tira essa glória. Pelé, rei do futebol. Marta, a rainha. E, claro, Falcão, o rei do futsal. Não só dominamos uma modalidade, dominamos uma habilidade em driblar, tocar e fazer gols. A essência desse esporte está no Brasil. 

Dessa tríade, a partir de agora, só Marta segue jogando profissionalmente. Isso porque o rei do futsal vai descansar a sua coroa, aos 41 anos, em uma muito merecida aposentadoria. E o evento escolhido para essa “parada” foi a final da Liga Paulista no Ginásio Wlamir Marques, no Parque São Jorge, mesmo local onde começou sua carreira como atleta profissional. O jogo foi na noite de quinta-feira (6) e, nele, Falcão defendeu a camisa do Sorocaba diante do Corinthians. 

Se tem uma coisa que o jogador não pode reclamar é de conquistas. Ao longo de pouco mais de duas décadas de carreira, Falcão acumulou uma centena de títulos pelos clubes que defendeu e pela seleção brasileira. Foi na seleção, diga-se de passagem, que o atleta virou um ícone do esporte nacional. Com a camisa amarela ele levou duas Copas do Mundo, 11 Grand Prix e cinco edições da Copa América. Tá bom pra você?

Por mais que os nossos outros dois reinados sejam, também, indiscutíveis, ninguém personificou tão bem um esporte – e não somente um time ou uma seleção – como Falcão. Sua carreira e seus dribles desconcertantes se misturaram com a própria história do futsal, especialmente com o crescimento da popularidade da modalidade no país e fora dele.

Eu, por exemplo, sou um apaixonado pelo esporte e sempre vi em Falcão um ídolo, assim como outros craques como Manoel Tobias e Lenísio. Comecei a jogar futsal na mesma época em que comecei a jogar futebol, ainda criança. Assim como o primo dos gramados, o futsal é um esporte muito acessível às crianças, especialmente nas escolas, onde a área disponível para práticas esportivas é, na maioria das vezes, um ginásio. Uma quadra simples também já é suficiente pra gurizada se divertir. 

Foi assim que conheci o esporte, na escola. E foi lá que defendi a seleção do colégio Marista e participei de várias competições intercolegiais. Quem nunca se sentiu um profissional ao disputar esses torneios? Por despertar paixões em um público tão jovem, os ídolos se tornam mitos no imaginário de quem assiste à bola dançar de um pé ao outro até alcançar as redes. E Falcão é um mito, uma lenda. Escreveu, entre um drible e outro, a mais bela história do futsal mundial. Vai ser difícil alguém superar. 

A despedida não é tarefa fácil. Mas, para quem convivia com dores, fisioterapia e injeções para se manter jogando desde 2015, a aposentadoria é uma decisão sóbria e necessária. No entanto, não pense que ele vai parar, efetivamente. O craque já tem planos de seguir equilibrando a bola em lances mirabolantes pelo mundo afora através de jogos exibição.

Com isso, só nos resta agradecer. A Alessandro Rosa Vieira, o homem, por ter dedicado a sua vida ao esporte e a torná-lo cada vez maior. E ao mito Falcão, pelo talento, pelas mais de duas décadas de dribles, títulos e triunfos. No entanto, não fechem as cortinas ainda, o rei não vai sair de cena e tem muito para contribuir com o esporte. 

Miro Palma é subeditor de Esporte e escreve às sextas-feiras.