Aos 75 anos de carreira, dama do teatro Bibi Ferreira celebra Frank Sinatra no TCA

Acompanhada por um quinteto, Bibi interpreta clássicos na voz de Sinatra como My Way e Fly Me To The Moon

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  • Laura Fernades

Publicado em 4 de maio de 2016 às 14:23

- Atualizado há um ano

Não tomar gelado, não conversar nos dias dos shows e não falar muito ao telefone são alguns dos cuidados da atriz, cantora e diretora carioca Bibi Ferreira para continuar firme e forte nos palcos, no auge dos seus 75 anos de carreira e 93 de idade. “Isso que estamos fazendo agora, por exemplo, é um crime”, diz, bem-humorada, ao telefone.Dama do teatro brasileiro, Bibi traz a Salvador o show Cantando Sinatra, no qual interpreta a obra do ícone americano Frank Sinatra (1915– 1998). “Cantor único e grande músico”, nas palavras de Bibi, Sinatra será homenageado na apresentação única que acontece amanhã, às 21h, no Teatro Castro Alves. Acompanhada de um quinteto, a carioca Bibi Ferreira, 93 anos, resgata sucessos de Sinatra como My Way e Fly Me To The Moon, além de Dindi e Meditation, gravadas por ele e Tom Jobim (Foto: Divulgação)Acompanhada por um quinteto, Bibi interpreta clássicos na voz de Sinatra como My Way e Fly Me To The Moon, além de Dindi e Meditation, ambas gravadas por ele e Tom Jobim (1927-1994). Entre uma música e outra, detalhes da vida e obra de Sinatra são narrados por Nilson Raman, que assina o roteiro do espetáculo com Bibi e Flávio Mendes, regente e diretor musical do show.“Já fiz outros ícones da música estrangeira - Edith Piaf, Amália Rodrigues, Carlos Gardel -, e chegou o dia de fazer Sinatra. Não há o que destacar, porque ele é tudo dentro da música popular mundial”, elogia Bibi, que apresentará o mesmo show no Linconl Center, em Nova York, ainda este mês. “Ansiosa? Sim. Mas muito nervosa, né? Sabe o que é cantar na terra de Sinatra?”, diverte-se, sorridente.Em paralelo ao show Cantando Sinatra, que faz parte do Catálogo Brasileiro de Teatro, Bibi finaliza o CD e DVD do seu último espetáculo, Bibi Histórias e Canções, que passou pelo Teatro Castro Alves, em 2013, e foi gravado ao vivo no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais.CompromissoHonesta, Bibi conta que “não é fácil cantar o repertório de Sinatra e é preciso coragem”. “Mas isso eu tenho de sobra, além de muito respeito pela obra dele”, garante a cantora e atriz, filha do ator Procópio Ferreira (1898-1979) e da bailarina espanhola Aída Izquierdo (1904-1985).Uma das principais figuras dos palcos brasileiros e, oficialmente, a primeira atriz do teatro musical brasileiro, Bibi transborda elegância e revela que sua credibilidade se deve a muito compromisso e dedicação. “Sempre levei a coisa muito a sério, estudo muito. O que me motiva é o compromisso, a verdade, a posse de um palco para narrar a vida de um grande artista e levar a emoção de cada canção para o público”, explica.Outro aspecto importante do espetáculo, segundo Bibi, é que ele passa por diferentes lugares “e fazer na Bahia é muito importante”. “Não sei se você sabe, mas sou baiana”, justifica, para surpresa da repórter. Então Bibi revela uma história curiosa.“Há anos atrás, quando eu estava embarcando para a Europa, houve um erro: as pessoas anotaram no meu passaporte que eu era de Salvador. Então, toda a minha documentação é baiana”, diverte-se Bibi. E nunca pensou em corrigir esse erro? “Não, ser baiana é uma honra!”, garante a dama, aos risos.