Aos seis anos, neto de Luiz Caldas toca guitarra no trio elétrico

Cantor e compositor se apresentou no Circuito Dodô nesta segunda-feira; ele comemora 49 anos de carnaval em 2019

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  • Vinicius Nascimento

Publicado em 5 de março de 2019 às 07:50

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. Crédito: Foto: Vinícius Nascimento/CORREIO

Aos 16 anos ele subiu em um trio elétrico pela primeira vez. Quase meia década depois, Luiz Caldas segue esbanjando talento, energia e ousadia em cima do caminhão. Durante a última segunda-feira (04) ele puxou seu bloco pipoca no circuito Barra-Ondina. Foi o primeiro dos dois desfiles de Luiz Caldas neste circuito durante o carnaval de 2019.

É fato que Luiz subiu no trio muito jovem, mas o lendário cantor e compositor baiano já foi superado com uma larga vantagem por seu neto Luiz Vicente, de seis anos, que ajudou o avô no comando do trio pipoca. No repertório, músicas como Anunciação, de Alceu Valença e Zanzibar, do A Cor do Som, se juntaram a clássicos de Luiz como Haja Amor e Fricote.

A larga trajetória de Luiz encanta gente jovem como a estudante Luane Machado, 22, que estava empolgada acompanhando o trio do cantor baiano quanto pessoas mais experientes, na vida e nos carnavais, como o autônomo Roberto Dias, de 55 anos, que diz acompanhar Luiz Caldas no Carnaval há pelo menos 20 anos.“Ele é o verdadeiro carnaval”, pontuou o autônomo.Saudosa, a vendedora Josilene Santana, 56, estava animada quando o cantor passou com seu trio na altura do restaurante Barravento. Ela contou que a música “O que é que essa nêga quer” é a cara dela e que Luiz Caldas tem um espaço guardado em seu coração.“Quando ele passa não tem cansaço certo. Tem que se animar. O cara é o rei do carnaval, meu filho!”, exclamou a vendedora.Luiz Caldas e o Axé

A música do Carnaval baiano ganhou eletricidade na década de 1950, quando Dodô e Osmar, inspirados pelo frevo pernambucano, subiram em um Ford Bigode munidos de um cavaquinho modificado, batizado de “pau elétrico”.

Mas Salvador só passou a ter uma cena pop oriunda do Carnaval quando Luiz Caldas misturou samba, frevo, rock, reggae, ritmos caribenhos e tambores africanos em seu disco Magia (1985).

Concebido no lendário estúdio WR, de Wesley Rangel, que ficou conhecido como o ‘Abbey Road baiano’, o álbum trazia a música Fricote, que se tornou o marco zero da axé music.

*Com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier