Apae Salvador orienta coleta do teste do pezinho após alta nas maternidades

Medida visa evitar a ida de mães e recém-nascidos a hospitais em tempos de pandemia

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  • Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2020 às 16:39

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

Foto: Divulgação O teste do pezinho deve ser feito ainda na primeira semana de vida. Em tempos normais, esta coleta é realizada preferencialmente do 1º ao 5º dia nas unidades de saúde dos municípios, e em alguns casos que permanecem mais tempo internados, deve ser colhido na maternidade.

Neste tempo de pandemia, para garantir a coleta que poderia deixar de ser realizada por medo das mães no contagio do coronavírus, a Apae Salvador, que é o Serviço de Referência da Triagem Neonatal no Estado da Bahia, vem orientando e recomendando a coleta nas maternidades, assim que o recém-nascido tiver a alta médica. O Ministério da Saúde e a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) lançaram documentos oficiais com esta orientação. 

“O teste do pezinho continua o mesmo. Essa medida é apenas para segurança, para que as pessoas não deixem de fazer um exame tão importante por medo de sair de casa”, alerta a médica geneticista Helena Pimentel, diretora médica da Apae Salvador. Mais de cem unidades hospitalares e maternidades vem sendo orientadas a fazer o teste do pezinho nesse momento excepcionalmente. 

O período ideal para se fazer o teste do pezinho é entre o terceiro e o sétimo dia após o nascimento. Esta ação excepcional deve ser seguida de alguns cuidados. Os recém-nascidos que tiverem alta antes do período de 48h devem fazer a coleta, mas recomenda-se uma nova coleta após 1 semana, quando tiver que ir a um posto, vacinar por exemplo.

Esta recomendação se deve a um dos exames do teste do pezinho, o exame fenilcetonúria. Para o teste de fenilcetonúria o ideal é colher o sangue a partir do 3º dia. Coletas antes de 48hs de vida pode resultar um falso negativo para esta doença. Para as outras doenças não há problema da coleta antes das 48hs. “O importante mesmo é que o exame não deixe de ser feito, como estávamos constatando, mesmo antes da pandemia”, ressalta a médica. 

Por que fazer? A maioria das doenças investigadas pelo teste do pezinho são assintomáticas no período neonatal (de 0 a 28 dias de vida) e podem levar a deficiência mental ou afetar gravemente a saúde da criança. Tratadas a tempo, a chance de que a doença não leve a sequelas é grande, melhorando a qualidade de vida dos afetados, como destaca a diretora médica da Apae Salvador.

O teste do pezinho, pelo SUS, é um programa de saúde pública e permite detectar doenças como Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Fibrose Cística, Hiperplasia Adrenal Congênita, Deficiência de Biotinidase e Aminoacidopatias, além de doença falciforme e outras hemoglobinopatias.

A médica Helena Pimentel reforça que os profissionais de saúde da atenção básica devem perguntar as famílias sobre a realização da coleta e fazer uma nova coleta nos casos necessários.

Além do exame a Apae Salvador, mesmo na pandemia, tem realizado a busca dos casos positivos e atendido presencialmente ou por telemedicina através de sua equipe de especialistas. 

A Apae Salvador também oferece a ampliação de cobertura para outras doenças, por meio de atendimento particular e convênios.