Apoio à Seleção vira vaias após empate com a Venezuela na Fonte

Brasil teve três gols anulados e quebrou sequência de vitórias na capital baiana

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  • Vitor Villar

Publicado em 18 de junho de 2019 às 23:34

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

O duelo desta terça-feira (18) reforçou uma ideia: quer carinho e chamego, Seleção Brasileira? É só chegar na Bahia. Na partida pela segunda rodada da Copa América, o Brasil teve mais uma vez todo o apoio da torcida baiana.

Só que faltou à Seleção corresponder a tanto incentivo. Completamente travada pela boa marcação da Venezuela, o Brasil ficou no empate em 0x0. Manteve a escrita de nunca ter perdido em 23 partidas na capital baiana, mas encerrou a sequência de quatro vitórias por aqui.

O amarelo predominou mais uma vez nas arquibancadas azuis da Fonte Nova. Mas desta vez não era o dos colombianos, que tornaram o estádio sua casa no último sábado (15) e batem a Argentina. Agora, era o amarelo 'nativo'.

E isso fez toda a diferença. Desde o primeiro minuto de jogo – sem exagero – a torcida cantou. E não foi nada de 'defense' (defesa em inglês) ou estrangeirismos estranhos ao futebol. Foi a boa batucada e o 'xalaiá laiá' que já fazem parte dos estádios brasileiros.

E só para ressaltar: também não teve o grito de 'bicha' nos tiros de meta do goleiro venezuelano, prática tão negativa que foi vista no Morumbi.

Deu apoio... Em campo, a Seleção começou nesse clima. Nos primeiros 20 minutos pressionou a Venezuela e o gol por pouco não saiu.

Aos 37, o Brasil teve o primeiro dos três gols anulados. Daniel Alves cruzou da direita, Firmino dividiu com o zagueiro e empurrou para a rede. O árbitro anulou por falta do atacante.

Só que, desde os 20 mintuos, o jogo estava nervoso. Muito bem fechada na defesa, a Venezuela irritava os brasileiros. A ideia era forçar a torcida a pressionar a Seleção, mas até nisso a Bahia foi diferente. Quando o árbitro apitou o intervalo e algumas vaias soaram, a maioria começou a aplaudir e a cantar para abafar.

Mas não saiu nada Vaias, mesmo, vieram quando Tite chamou Fernandinho para entrar no jogo no começo da etapa final. Era a segunda substituição do técnico, que já havia colocado Gabriel Jesus no lugar de Richarlison. O estádio em uníssono pediu 'Cebolinha, Cebolinha', chamando Everton.

Aos 15, o Brasil fez um gol com Gabriel Jesus. A torcida comemorou, mas logo depois o tento foi anulado após revisão no VAR. Roberto Firmino, que havia feito o passe, estava impedido.

A Seleção tocava a bola, fazia o que estava ao alcance, mas a Venezuela, fechada, ia minando a paciência brasileira – em campo e na torcida.

Aos 26, Everton, enfim, entrou em campo. E aí fica a dica, Tite: saiba ouvir a voz da torcida. Aos 40, o atacante do Grêmio, em linda jogada individual, passou por dois marcadores na esquerda e cruzou na área, onde estava Coutinho para marcar.

O problema: mais um gol anulado. Novamente Firmino, impedido, que desviou a bola antes de entrar.

No apito final não teve jeito. Com o 0x0 no placar até mesmo a torcida baiana perdeu a paciência e soltou as vaias em peso. Seguidas de aplausos à seleção venezuelana.

FICHA TÉCNICA: BRASIL 0 x 0 VENEZUELA BRASIL - Alisson; Daniel Alves, Marquinhos, Thiago Silva e Filipe Luís; Casemiro (Fernandinho), Arthur e Philippe Coutinho; David Neres (Everton), Richarlison (Gabriel Jesus) e Roberto Firmino. Técnico: Tite. VENEZUELA - Fariñez; Hernandez, Osorio, Villanueva e Rosales; Moreno, Rincón, Herrera (Soteldo), Machis (Figuera) e Murillo; Rondón (Martínez). Técnico: Rafael Dudamel. LOCAL - Arena Fonte Nova CARTÕES AMARELOS - Casemiro; Murillo, Figuera. RENDA - R$ 8.734.580,00. PÚBLICO - 38.622 pagantes. ÁRBITRO - Julio Bascuñán, auxiliano por Christian Schiemann e Claudio Rios (todos do Chile).