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Com presença da imprensa, Bope negociou saída de servidores de centro de saúde
Da Redação
Publicado em 10 de dezembro de 2018 às 19:19
- Atualizado há um ano
Os 16 servidores e pacientes do Centro de Saúde Osvaldo Caldas Campos, no bairro de Santa Cruz, que foram feitos reféns no final da tarde desta segunda-feira (10), dentro do posto, foram liberados às 19h20. Os quatro suspeitos foram levados em viaturas para a Central de Flagrantes, na região da Rodoviária.
Segundo o coronel PM Humberto Sturaro, as pessoas passarão por uma triagem e, quem tiver condições, prestará depoimento no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). As pessoas que estão em estado de choque receberão atendimento médico. Uma menina de 12 anos, que foi ao posto acompanhar a mãe, estava entre os reféns.
O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da PM negociou a rendição dos bandidos que invadiram o posto de saúde durante fuga, por volta de 16h, após um tiroteio que terminou com três suspeitos mortos e um PM baleado na mão. A liberação só foi possível após a chegada de familiares dos suspeitos e da imprensa, que acompanhou a prisão dos criminosos e a liberação dos reféns.
O delegado Deraldo Damasceno informou à imprensa, momentos antes da libertação dos reféns, que todos os suspeitos que estavam dentro do posto são conhecidos das polícias Civil e Militar.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA) informou que “após confronto com policiais da Rondesp/Atlântico na tarde desta segunda-feira (10), suspeitos de integrarem uma quadrilha de tráfico de drogas com atuação no Nordeste de Amaralina fugiram e se abrigaram no local”. Antes da resolução do caso, o coronel Sturaro confirmou, no local, que um dos suspeitos que invadiu o centro estava em um cômodo e outros três em outro setor do posto."Houve troca de tiros contra guarnições nossas, dois foram baleados, um policial foi vitimado [ferido] também. Na fuga, entraram no posto. Preservar vidas é o que é primordial para nós. Exigiram presença da família e da imprensa", comentou ele. O policial militar baleado na mão é da Rondesp Atlântico. Ele foi levado para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde passa bem.
Irmã de um dos suspeitos, Érica Silva Cerqueira, 24 anos, chegou a entrar no posto antes da rendição e disse ter ouvido a voz do irmão, Caíque Silva Cerqueira, 19. "Ele está vivo e disse que se entregaria quando a imprensa chegasse", comentou.
Após a saída dos suspeitos, a mãe de Caíque, Bárbara Silva Cerqueira, 43, falou com a imprensa bastante emocionada. Disse que estava envergonhada e que ajudou a polícia a convencer ele a se entregar. "Eu não sei o que deu errado. A gente dá conselho, mas eu não sei o que é que eles pensam da vida. A mãe fala tudo. Hoje eu levei comida para ele, deixei em casa dormindo, quando cheguei recebi uma ligação de que ele estava aqui fazendo gente de refém. A culpada não é a mãe", disse. Mãe e irmã de Caíque chegaram para auxiliar na liberação dos reféns (Foto: Almiro Lopes/CORREIO) Caíque, que estava em um cômodo separado dos demais com uma refém, era o único dos quatro suspeitos que possuia uma arma. O rapaz foi o último a aceitar a rendição."Eu falei que era para ele sair dessa vida e se entregar, pois ele sairia vivo e todos os amigos dele já tinham morrido", completou a mãe de Caíque.Por volta de 20h30, dois dos suspeitos que invadiram o posto, entre eles Danilo Santos Nascimento, 28, foram levados por uma viatura da 40ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Nordeste de Amaralina), segundo a PM, até um hospital. Segundo a comerciante Rosemeire Lima dos Santos, 45, mãe de Danilo, ele já teve envolvimento com o tráfico, mas atualmente estava afastado do crime. Ela ainda disse que o filho estava ferido no pé."Eu tenho medo de para onde estão levando ele. Eu vi que ele está machucado; não deu pra ver se foi um tiro, mas ele parecia estar sentindo dor", comentou.Acompanhada de familiares, a comerciante saiu do DHPP e foi para o HGE, onde acredita que o filho pode ter sido levado.
Armas apreendidas Segundo o negociador do Bope, o capitão Luis Henrique, a negociação durou uma hora, desde que o batalhão assumiu a operação. "Identificamos somente uma arma com os elementos. Só conseguimos identificar que eles não possuíam armas depois de todo protocolo, depois que todos se entregaram e que o Bope fez revista no local. Eles diziam a todo momento que estavam armados", disse o militar, no local do crime.
Ainda de acordo com a SSP-BA, em toda a ocorrência, foram apreendidas quatro armas. Três com os suspeitos que foram mortos na troca de tiros antes das 16h e uma com os suspeitos que invadiram o centro de saúde.
Policiais do Grupamento Aéreo da (Graer) e da Companhia de Patrulhamento Tático Móvel (Patamo) também reforçaram o policiamento no bairro.