Após ação da PM com três mortos, homens tentam incendiar dois ônibus no Pero Vaz

Bandidos foram impedidos pela polícia, mas fugiram com as chaves dos veículos

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  • Milena Hildete

Publicado em 10 de abril de 2018 às 15:04

- Atualizado há um ano

. Crédito: Almiro Lopes/CORREIO

Na tarde desta terça-feira(10), criminosos tentaram incendiar dois ônibus no final de linha do bairro de Pero Vaz. Policiais da 37ª Companhia Independente da PM (CIPM/Liberdade) foram acionados e conseguiram evitar que os veículos fossem incendiados. 

Os bandidos fugiram levando as chaves dos coletivos. A remoção dos ônibus, que ficaram atravessados na via, foi feita, e quatro suspeitos foram encaminhados à delegacia. Eles serão ouvidos ainda hoje. 

Após a tentativa, os rodoviários suspenderam a circulação de ônibus na região. O final de linha foi transferido para o Conjunto Bahia, no bairro de Santa Mônica. Segundo o sindicato da categoria, a decisão foi preventiva para proteger a integridade física dos funcionários das empresas de ônibus.  Comérico segue fechado após ação de bandidos no Pero Vaz (Foto: Milena Teixeira/CORREIO) O incidente teria acontecido em represália a uma ação da Polícia Militar ocorrida na tarde de ontem (9) no bairro. Equipes das Rondas Especiais (Rondesp) abordaram três homens na Rua Guatarana após denúncia de um grupo andando armado no local. O trio reagiu atirando, de acordo com corporação.

Atingidos, os suspeitos foram socorridos, mas não resistiram. Eles ainda não foram identificados, e o caso está sob investigação da Corregedoria da PM. Com os homens foram apreendidos uma pistola calibre 9mm (uso restrito das Forças Armadas e Polícia Federal), uma pistola calibre 380, um revólver calibre 38, munições e porções de maconha, crack e cocaína. Outros integrantes da quadrilha ainda são procurados.

Tudo fechado

Comerciantes do final de linha do bairro estão com os estabelecimentos fechados desde as 12h desta terça-feira (10). De acordo com informações de um dos lojistas da região, não identificado pelo CORREIO, traficantes teriam pedido para "fechar tudo". "Passaram no mercado avisando. O pessoal ficou com medo e fechou, não é? Eu só estou esperando minha mercadoria acabar pra ir embora", contou vendedor. 

Na região, o clima é de tensão. Um morador, não identificado, disse que uma troca de tiros teria causado a situação. "Deveria ter uma vitura em cada esquina, porque aqui ninguém tem segurança pra andar na rua", disse. 

Uma escola que fica no final de linha, o Centro Educacional Carneiro Ribeiro Classe II, também  está fechada. O segurança do local informou que os alunos só tiveram aula no turno da manhã. Quando a reportagem chegou ao local, uma viatura da PM fazia a segurança da unidade.   Ônibus passaram a circular no final de linha do bairro da Santa Mônica (Foto: Almiro Lores/CORREIO) Além do transporte público, taxistas também não estão circulando. Segundo Dennys Paim, presidente da Associação Geral dos Taxistas, os motoristas não estão rodando no local. “Tá tudo parado lá. O comércio está fechado”. 

A Polícia Militar reforçou o policiamento com o apoio de equipes da Companhia Independente de Policiamento Tático (CIPT/ Rondesp BTS), do Pelotões de Emprego Tático Operacional (Peto) da 16ª CIPM (Comércio) e da 17ª CIPM (Uruguai). 

Nordeste sem ônibus No sábado (7), os ônibus deixaram de circular nos bairros do Nordeste de Amaralina, Santa Cruz e Vale das Pedrinhas e só voltaram na manhã desta terça (10). O Sindicato dos Rodoviários tomou a decisão após dois ônibus terem sido incendiados no Vale das Pedrinhas e um em Amaralina. Um suspeito pelos incêndios foi preso. Os veículos foram queimados após a morte de Ítalo Alves de Jesus Pereira, 21 anos, conhecido como Rato, na sexta-feira (6) durante confronto com policiais militares na Chapada do Rio Vermelho.