Após governo negar apoio, Paulo Coelho se oferece para patrocinar festival

Escritor declarou apoio ao Festival de Jazz do Capão

  • D
  • Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2021 às 09:14

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução/Twitter

Após a repercussão do cancelamento do apoio do governo federal ao Festival de Jazz do Capão, o escritor Paulo Coelho se ofereceu para financiar o evento. A informação foi divulgada por ele em seu perfil no Twitter, nessa terça-feira (13).

A produção do evento informou que vai entrar em contato com o escritor para viabilizar o financiamento do evento.

Entenda o caso Por causa de uma postagem no Facebook onde afirma ser “antifascista e pela democracia”, o Festival de Jazz do Capão teve parecer desfavorável para o pedido de captação de recursos via Lei Rouanet. A postagem, cujo texto diz “não podemos aceitar o fascismo, o racismo e nenhuma forma de opressão e preconceito”, foi usada como um dos motivos para a reprovação do festival.

O parecer, anexado no sistema Salicweb, em papel timbrado do Ministério da Cidadania, e datado de 25 de junho de 2021, está assinado pelo coordenador do Programa Nacional de Apoio à Cultura da Funarte, Ronaldo Gomes, que foi exonerado do cargo no dia 2 de julho de 2021. “É um parecer absurdo. Em nenhum momento o parecerista foi analisar o projeto de maneira técnica, artística”, critica o músico Rowney Scott, diretor artístico e idealizador do Festival de Jazz do Capão.

“Ele simplesmente foi na nossa página e achou um post avulso, publicado no ano em que não houve captação de recursos e nem teve evento. Nos posicionamos enquanto um evento antifascista e pela democracia e ele fez o parecer em cima disso, com citações religiosas que desvirtuam completamente do que um parecer deveria tratar”, afirma, citando a postagem feita no dia 1º de junho de 2020.

Baseado nesse post, o documento afirma que “a ocorrência constatada escapa ao escopo das possíveis denominações do conceito de música”. O parecer cita, ainda, uma fala atribuída ao compositor alemão J. S. Bach (1685-1750) que afirma que “o objetivo e finalidade maior de toda música não deveria ser nenhum outro além da Glória de Deus e a renovação da alma”. 

O documento cita, ainda, que “por inspiração no canto gregoriano, a Música pode ser vista como uma Arte Divina, onde as vozes em união se direcionam à Deus” (sic.). Outro argumento de caráter religioso usado no documento diz que “a Arte é tão singular que pode ser associada ao Criador”.