Após incidentes, final entre Boca e River é adiada para domingo

Jogadores do Boca Juniors foram atacados com pedras e gás de pimenta na chegada ao estádio

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  • Gabriel Rodrigues

Publicado em 24 de novembro de 2018 às 19:47

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: AFP

O dia que era para ser de festa e futebol se transformou em vergonha em Buenos Aires. A final da Copa Libertadores entre River Plate e Boca Juniors, no estádio Monumental de Nuñez, casa do River, que deveria ter sido disputada às 17h deste sábado (24), foi adiada para domingo (25), no mesmo horário. O motivo: uma agressão ao time do Boca Juniors.

O ônibus que levava a delegação foi alvo de pedradas da torcida do River Plate ao chegar no Monumental. Na confusão, janelas foram quebradas. A polícia usou gás de pimenta para dispersar a multidão, e o material acabou afetando os jogadores do Boca. Já dentro do estádio, vários atletas do Boca Juniors apresentaram problemas médicos por causa do gás. O capitão Pablo Pérez precisou ser levado de ambulância para um hospital.

Por conta do problema, a Conmebol adiou o início da partida duas vezes. Primeiro para as 18h e depois para as 19h15. Enquanto isso, mais de 60 mil torcedores se concentravam nas arquibancadas do Monumental à espera de uma definição sobre a partida. O presidente da Fifa, Gianni Infantino, estava no estádio.   Após ser atendido em um hospital, Pablo Pérez voltou ao estádio com um curativo no olho (Foto: Juan Mambramota/AFP) Através de um comunicado, os médicos da Conmebol chegaram a afirmar que os jogadores do Boca haviam sofrido apenas lesões superficiais e que, por isso, não havia motivo para suspender a partida. Ídolo do Boca Juniors, o atacante Tévez criticou a decisão e, em entrevista na porta do vestiário, afirmou que o time estava sendo obrigado a jogar, mesmo não tendo condições emocionais e físicas de entrar em campo.

“Não estamos em situação de jogar. Estão nos obrigando. Pablo Pérez tem um ferimento, outro companheiro também. Entendo que os médicos fazem muita pressão, mas acredito que tem que fazer bem o seu trabalho. Temos três companheiros que não estão bem e que não podem jogar. Não acredito no que está acontecendo”, disse Tevez.

Após o atendimento médico, Pablo Pérez voltou ao estádio com um curativo no olho e os jogadores de Boca e River chegaram a iniciar o aquecimento para a partida. 

Só por volta das 19h15 veio a confirmação oficial da remarcação do duelo para as 17h desse domingo (25). A medida foi tomada após uma reunião entre as diretorias de River Plate e Boca Juniors. "As equipes vão jogar amanhã (domingo). Quero parabenizar as duas equipes, foi um acordo de cavalheiros. Que vença o melhor e que as pessoas possam entender que isso não é uma guerra, é futebol", disse o presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), Alejandro Dominguez.

A Conmebol não informou como será feita a entrada dos torcedores que estavam no estádio neste sábado. Uma das hipóteses ventiladas foi a realização do jogo sem a presença da torcida, ideia que não foi adiante. Através das redes sociais, o River Plate pediu para os torcedores guardarem os ingressos, pois serão válidos no domingo.

Vale lembrar que apenas os torcedores do River poderão acompanhar o duelo. Como o jogo de ida terminou empatado em 2x2, na Bombonera, um triunfo dá o título para River ou Boca. Novo empate por qualquer placar leva a decisão para prorrogação e, se persistir o empate, pênaltis.

Histórico Essa não é a primeira vez que o clássico entre Boca e River é manchado por violência e uso de gás de pimenta. Em 2015, nas oitavas de final da Libertadores, um torcedor do Boca jogou gás no túnel de acesso do River durante a volta dos jogadores do vestiário para o segundo tempo na Bombonera. Muitos atletas passaram mal e não tiveram condições de continuar o duelo. A partida foi encerrada e o Boca Juniors excluído da competição, que o River acabaria campeão.