Após quatro horas, ônibus parados em garagens voltam a circular

O motivo é uma assembleia promovida pelo Sindicato dos Rodoviários de Salvador nessas quatro garagens da capital

  • D
  • Da Redação

Publicado em 16 de maio de 2017 às 08:43

- Atualizado há um ano

Após cerca de 4 horas parados, motoristas das garagens de ônibus Plataforma G1, OT Trans G1, CSN Iguatemi e uma da Stec voltaram a circular por volta das 8h30 desta terça-feira (16). O motivo é uma assembleia promovida pelo Sindicato dos Rodoviários de Salvador nessas quatro garagens da capital. A categoria está em campanha salarial e pode decidir ainda essa semana entrar em greve.  Quando voltaram a circular no Subúrbio os ônibus saÍram cheios Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIOPor conta da parada dos veículos - a maioria que circula por linhas que saem do Subúrbio - o dia começou com transtornos para os soteropolitanos. Em Periperi,  a babá Luciana Lima, 28 anos, que trabalha no Rio Vermelho,  e pega às 9h chegou no ponto às 6h30, mas não conseguiu sair de lá antes das 8h30. "Pior que não tenho nem como avisar minha patroa, porque não esperava isso. Ou faz greve ou não faz. Essas paralisações acabam nossa vida", contou. Ela tem apenas uma opção para ir ao trabalho. "Quem trabalha perto pode pegar os clandestinos, mas eu só tenho o (ônibus) Itaigara mesmo". Na região de Plataforma, também no Subúrbio, dezenas de pessoas se aglomeravam no ponto de ônibus. Foi o caso da operadora de caixa Tatiane Souza Santos, 23, que saiu de casa por volta de 5h e, às 8h30, ainda aguardava, impaciente. "Eu não aguento mais esperar. A gente aqui sempre sofre mais. São poucas as linhas para a região da Avenida ACM, eu só posso pegar o Pituba. Pagar dois ônibus é inviável, fica caro. É muito difícil", contou ao CORREIO. "Se tivesse o metrô aqui, menos mal. Mas não temos, só sobra o ônibus mesmo", completou ela, que pega o trabalho.

Amiga de Tatiane, a doméstica Cintia Conceição, 32, também reclamou da espera. "A sorte é que minha patroa está assistindo pela televisão e tá vendo tudo, mas é muito difícil. Só sobra para quem não tem nada ver, só quero chegar no trabalho", pontuou. 

Moradora da Ilha Amarela, a doméstica Maria José Regalo, 57, chegou no ponto de ônibus às 6h. "Trabalho na região da Pituba, até agora só passou ônibus para o Centro. Eu sou a favor da luta das classes, mas eu entendo que tem que parar de vez ou não parar. Porque assim todo mundo já fica ciente, inclusive os nossos patrões", salientou ela, que precisou pegar um transporte alternativo para chegar em Plataforma. Maria conseguiu pegar o ônibus por volta de 9h.Com um exame admissional marcado para às 9h, a estudante Vanessa Lopes, 23, precisou remarcar o horário. Moradora de Alto de Coutos, ela saiu de casa por volta de 7h, mas não conseguiu sair do bairro. "Eu entendo que é um direito deles, tudo bem. Mas olha isso aqui, todos pagando por isso. É triste demais. Eu acabei de consegui esse emprego, vou ter que ir amanhã, quer dizer, um transtorno", lamentou.

ExigênciasOs rodoviários reivindicam 5% de aumento real, tíquete refeição de R$ 20, fim da dupla função de motorista - quando ele dirige e cobra passagem - e manutenção do cargo de cobrador em todas as linhas e horários.

O diretor de relações do trabalho do Setps, Jorge Castro, diz que aguarda a reunião desta terça para conseguir dar andamento às negociações. "Será o primeiro encontro mediado, vamos ver se a gente consegue sair do impasse. Se não conseguir, tentar marcar uma nova negociação", diz. "De proposta, não vamos falar agora, só depois da reunião com o Ministério do Trabalho", acrescenta.