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As vítimas não devem apagar as fotos, mensagens e vídeos trocados com o bandido
Gil Santos
Publicado em 28 de outubro de 2017 às 05:00
- Atualizado há um ano
O aliciamento de crianças e adolescentes pela internet é um crime comum, segundo especialistas, e que pode ser evitado se alguns cuidados forem adotados. Não compartilhar fotos e vídeos com desconhecidos, e evitar fornecer informações pessoais são fundamentais para se proteger dos criminosos.
Nesta sexta-feira (27), o assistente financeiro Sandro Boa Morte Moreira, 35 anos, foi preso no bairro de Pernambués, em Salvador, suspeito de estuprar duas meninas de 13 e 15 anos. Os crimes aconteceram em datas diferentes e começaram com uma conversa pela internet, onde ele se passava por uma adolescente para se fazer de amiga, conseguir fotos íntimas e chantagear as vítimas. Sandro é casado e estuda administração (Foto: Mauro Akin Nassor/ CORREIO) O diretor da ONG Safernet Brasil, Rodrigo Nejm, lembra que a web é como se fosse uma praça por onde passam os mais variados tipos de pessoas e com apenas uma diferença dos parquinhos comuns: não se sabe com quem se está falando.
“O crime praticado por esse rapaz (Sandro) é um caso clássico. Se estamos conversando com uma pessoa que não conhecemos pessoalmente, é preciso ter cuidado, e não compartilhar fotos nem informações pessoais”, afirmou.
Ele contou que aliciadores são pessoas que fingem ser amáveis para ganhar a confiança das vítimas. Para o especialista, os pais precisam ficar atentos, estabelecer regras e negociar o uso e o tipo de conteúdo a que os filhos podem ter acesso através da internet. Mais do que controle, ele acredita que uma boa conversa pode ajudar a evitar que as crianças e adolescentes sejam vítimas de criminosos.
“Conversar é sempre bom. Em casos como esse, que aparecem na imprensa e alertam para o perigo, é uma boa oportunidade para discutir o assunto dentro de casa”, disse Rodrigo. Nejm aconselha os pais a conversarem com os filhos (Foto: Arquivo CORREIO) Para quem foi vítima dos aliciadores, a primeira coisa a fazer é procurar a ajuda de um adulto, seja ele os pais, um professor ou o Conselho Tutelar. Rodrigo Nejm contou que uma das primeiras reações de quem é vítima é apagar as mensagens e fotos trocadas, mas isso é um erro. Os arquivos são importantes como prova, além de poderem ajudar a localizar o bandido.
“Destruir o chip do celular ou apagar as ameaças não resolve. É preciso procurar um adulto, contar o que aconteceu e, depois, acionar as autoridades. Na Safernet temos um canal de ajuda online em que psicólogos atendem vítimas e pais de vítimas e orientam como proceder”. Ele lembrou que outro golpe comum é o aliciador se passar por agente de modelos e pedir que as vítimas mandem fotos íntimas.
Outras dicas são:
1. Evite usar a webcam com estranhos. Sua imagem pode ser manipulada e você ser ameaçado de ter essa foto montada em situações humilhantes e divulgada entre amigos e familiares.
2. Não responda mensagens e convites de desconhecidos, e grave quando houver ameaça ou imagens violentas.
3. Bloqueie o contato dos agressores no celular, chat, e-mail e redes de relacionamento.
4. Jamais aceite convite para encontrar presencialmente um amigo virtual sem autorização. Mesmo que vá com seus pais ou adultos responsáveis, vá a local público.
5. Ser admirado e elogiado por outras pessoas é muito bom. Cultive isso com sua família e entre amigos que conhece de verdade.
Quando um conteúdo pornográfico (fotos, vídeos, histórias escritas, etc) envolve crianças e adolescentes na internet, isso é crime! Você pode denunciar em www.denuncie.org.br, ligar para o Disque 100, ir a uma delegacia especializada ou se dirigir ao Conselho Tutelar mais próximo.