Aprendemos que resiliência é um conceito contextual e único para cada cidade

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  • Da Redação

Publicado em 26 de março de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Quando Salvador foi selecionada para fazer parte da rede  100 Cidades Resilientes da Fundação Rockefeller, pouco se sabia sobre resiliência urbana. Resiliência era, e talvez ainda seja, uma palavra estranha no contexto de política pública.  Definitivamente, é um conceito novo no cenário de desenvolvimento urbano sustentável. O que seria resiliência para Salvador? Além de responder a choques e desastres naturais, resiliência urbana é cuidar dos estresses crônicos da cidade de forma holística, multidimensional, perene e duradoura.

Uma frase de Clarice Lispector foi nosso norteador: “Mas tenho a meu favor tudo o que não sei e – por ser um campo virgem – está livre de preconceitos. Tudo o que não sei é a minha parte maior e melhor: é minha largueza.” Logo aprendemos que resiliência é um conceito contextual e único para cada cidade.

Como parte do Programa 100 Cidades Resilientes, a cidade recebeu recursos para desenvolver uma Estratégia de Resiliência e passou a integrar uma rede mundial de cidades líderes na condução da agenda global. Criou condições para colaborar com outras cidades das Américas, Europa, e Oceania, e de parear com cidades africanas e asiáticas da relação Sul-Sul.

A Estratégia de Resiliência começou a ser construída em abril de 2017 e será lançada no próximo 26 de março. Foi uma construção inusitada na abundância de colaboradores do setor público, da sociedade civil, de empresas, da cidade (!) que se voluntariaram para participar. Incluímos na Estratégia a perspectiva das crianças, de empresários, de estudantes e professores, de formadores de opinião, de líderes comunitários e das pessoas de Salvador na sua multiplicidade. O resultado do exercício participativo de coletar ideias e desenvolver projetos foi traduzido em um instrumento atual e abrangente para fazer política pública integrada e de longo prazo, capaz de gerar benefícios transversais e multissetoriais.

Planejar a cidade com uma visão de resiliência é criar iniciativas inovadoras na governança dos serviços urbanos, no fortalecimento do tecido e no estímulo ao desenvolvimento sustentável. A Estratégia de Resiliência de Salvador foi construída a partir do conceito contemporâneo de cidade que inclui na sua gestão os componentes ambiental, social, econômico e urbanístico. Como política pública, a estratégia é inovadora por incluir o dividendo da resiliência como valor sistêmico nas soluções a serem adotadas. Aí experimentamos a nossa largueza!

Adriana Campelo é diretora de Resiliência da Prefeitura Municipal de Salvador

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