Arena Fonte Nova ganha cenário para celebração de Santa Dulce

Espetáculo,que será neste domingo (20), promete ser o maior evento já realizado no estádio, com expectativa de 55 mil fiéis

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  • Bruno Wendel

Publicado em 19 de outubro de 2019 às 16:41

- Atualizado há um ano

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. por Marina Silva/ CORREIO

Uma passarela em formato de cruz foi montada no centro do campo. À frente, um palco de 60 metros de largura. O gramado ganhou inúmeras cadeiras. Em meio a um emaranhado de fios, técnicos cuidavam do som. Aos poucos o cenário para a cerimônia em homenagem à Santa Dulce dos Pobres em Salvador ganha forma na Arena Fonte Nova. Ainda na manhã deste sábado (19), a imprensa teve acesso ao estádio e acompanhou parte do processo de finalização do evento. 

A celebração acontece a partir das 12h desse domingo e promete ser o maior evento já realizado no local, pois expectativa é que a homenagem à Santa Dulce dos Pobres reúna 55 mil fiéis. O público recorde da Fonte Nova é de 51.227 pessoas, registrado no jogo Bélgica 2x1 Estados Unidos, pela Copa do Mundo de 2014.  Às vésperas da homenagem, fiéis lotam o santuário no Largo de Roma, e o setor de turismo comemora a ocupação hoteleira na capital. 

“A celebração de amanhã será o evento mais importante já realizado no estádio, mais importante que a Copa do Mundo, por exemplo, porque tudo acontecerá aqui, somente aqui, não terá atenção dividida com nenhum outro estado. Amanhã, os olhos do mundo estarão aqui”, disse o diretor técnico do evento, Carlos Branco, em meio ao barulho das marteladas, lixadeiras e tapumes sendo jogados no chão. 

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Perto de Branco, guindastes eram usados para elevar operários responsáveis pela decoração das áreas mais altas do entorno do palco. Para onde se olhava, tinha gente trabalhando. “Tenho percebido que todos aqui trabalham com mais engajamento, com mais paixão, afinal, é uma santa baiana e todos conhecem a história de Dulce’, declarou Branco. 

Irmãos Os irmãos carpinteiros Ivanildo, 23, Ivanei, 35 e Ivan Reis, 34, não conheceram Santa Dulce dos Pobres quando ela ainda praticava a santidade entre os mortais, mas sempre ouviam falar dela. “Nossa mãe sempre relatava para a gente sobre as ações de caridade dela, e o fato de estarmos aqui, trabalhando para uma festa para a nossa santa, nos enche de orgulho e fé”, declarou Ivanildo que, junto com os irmãos, são responsáveis por forrar a passarela montada em frente ao palco.

Os montadores de equipamentos pesados Cleiton Santos da Silva, 22, e Daniel da Silva Santos, 31, estavam no estádio desde cedo e, às 10h, tinham feito de tudo. “Ajudamos na montagem da passarela, palco, estrutura do som e tudo com muito amor e devoção à Santa Dulce dos Pobres. É uma energia muito boa. Hoje sou devoto dela”, disse Cleiton.

Daniel disse que vai acompanhar a cerimônia de casa e que estava ansioso. “A gente aqui não tem hora para ir embora, mas temos hora para voltar a desmontar tudo. Então, ficarei em casa com a família acompanhando tudo pela TV e, assim que acabar, volto para a Arena”, contou.  

Ansiedade Também ansiosos pela festa, o casal de ambulantes Meire Rodrigues, 48, e Ivo Santana, 64, está posicionado no canteiro central do Dique Tororó, precisamente em frente à entrada da Arena Fonte Nova. Eles puseram à venda 30 camisas com a imagem da primeira santa brasileira, e baiana.“É um orgulho para nós ter uma santa nordestina nascida na Bahia. É muito gratificante. A ansiedade é para vender tudo e também para festa, porque estaremos aqui vendendo e venerando a nossa santa”, disse Meire.“Já pedi a Dulce pra ajudar a gente a vender tudo”, dispara Ivo. A festa da celebração começa às 12h, mas o casal pretende chegar neste domingo às 6h. “Além dessas 30, tem muita mais em casa e vamos vender tudo, com fé em Dulce”, disse Ivo. Cada camisa sai por R$ 35. 

Conhecida pelo público por vender camisas de times de futebol quando há jogos na Arena, Luzinete Sarmo de Santana, 48, a Dona Binha, também vendia camisas estampadas com o rosto de Santa Dulce dos Pobres. “E está vendendo mais que a camisa do Bahia que joga na segunda”, disse ela, sem revelar a quantidade das vendas.

Na manhã deste sábado, ela só tinha três camisas – cada uma era vendida a R$ 25. “Já mandei buscar mais lá em casa. Vou vender também santinhos, toalhinhas, chaveiros. Tenho fé que vão comprar tudo”, acredita.